Nova Terânia
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Visões da Rainha Aranha - Annabella [Encerrado]

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Visões da Rainha Aranha - Annabella [Encerrado] Empty Visões da Rainha Aranha - Annabella [Encerrado]

Mensagem por Joshua Stranford Qui 07 Mar 2013, 10:19

[Categoria: Individual mestrado por Joshua Stranford]

[Resumo: Annabela volta a ter visões demoníacas. Ela envia uma carta à Lei Keylosh, mas não recebe resposta. Finalmente um grupamento teraniano vai até a taverna onde vive e se oferece para escoltar Annabela para a Cidade Imperial, onde poderia falar com o comandante.]






Narrador:

E desde a queda de Mizabel, Annabella não mais ouviu falar de Lei Keylosh. Passaram-se um mes, dois meses, três meses... e quando finalmente o quarto mês alcançou, a sensibilidade de Anna notou algo diferente. Não era nada perto e bem longe. Mas o pior, quando exigiu concentração, notou algo maior, poderoso emanando, e depois mais um ponto, e outro, e mais e mais começaram a surgir.

Era uma noite que se parecia como outra qualquer. Annabella estava em meio a um sonho onde conversava com Bark e contava histórias para algumas pessoas da taverna. Mas a coloração do fogo desapareceu e uma escuridão dominou, mesmo não podendo ver, ela sentia que o calor desaparecia. Ouviu gritos dos frequentadores que geravam um caos e em meio a isso não podia ouvir mais Bark.

E de repente, tudo se silenciou, o calor se recedeu onde o frio dominava. Não havia mais ninguém ali, só Annabella que estava sozinha no meio do nada, em meio às trevas. Aqueles sinais que sentia cada vez e maior quantidade afloravam durante seus sonhos que mais se tornavam pesadelos.

Uma risada ecoou e começou do fraco até ficar alto. Era Mizabel onde era acompanhando por quatro homens montados em seus cavalos. Cavalos que Annabella podia ver a coloração, branco, marrom, negro e esverdeado. Seus cavaleiros ainda não passavam de vulto e pareciam ser a própria base de Mizabel.

- Pagará CARO, ANNABELLA! - Disse o demônio.

A mão de Mizabel alcançou o pescoço da mulher e a enforcou até que perdesse a consciência dentro de seu sonho até despertar numa manhã aparentemente comum, mas ainda sentindo as inúmeras presenças.


Annabella:

  Seguia com sua vida. O que foi difícil no começo - e ainda estava sendo. Mesmo sabendo que Mizabel tinha, enfim, partido para sempre, Annabela ainda sentia a forte sensação de estar sendo constantemente vigiada, o que o próprio Bark dizia ser besteira. Como também frisava a presença dos soldados de Lei Keylosh, que apesar de não serem vistos, os protegiam. Para seu bem, fazia um imenso esforço para acreditar no tão querido taverneiro, mas somente Annabela poderia explicar o que a afligia, já que apenas ela sentia... literalmente. Entretanto, não queria causar mais nenhum alarde. Depois que retornou da confusão, os comentários na pequena vila simplesmente duplicaram e ela precisou ficar por um tempinho fora de vista. Não por medo... Mas não gostava de lembrar do que passara naquele inferno. Além do mais, a perda de Jaime a deixara muito abalada. Às vezes se sentia culpada...
  Mas já estava melhor. Bem melhor, ainda mais psicologicamente, onde tinha sido mais danificada.
  Nessa noite, sem motivo especial, acabara se recolhendo mais cedo, exausta. Pedira desculpas a Bark por não ajudá-lo. Fez os costumes, como tomar banho, arrumar a cama, e em quase uma hora, já estava deitada, adormecendo prontamente. E foi daí que o sonho a atingiu como um soco. Não conseguia acordar... Era como se algo - ou alguém - a estivesse prendendo na sua própria mente. Seu corpo tremia com violência, estava muito inquieta. Algumas lágrimas se misturavam com o suor, e depois de um período, Annabela despertou, tossindo e levando as pequenas mãos até o pescoço. Parecia realmente sem fôlego. Nunca tivera um sonho tão real... Ou melhor, já tivera sim...
  Em silêncio, começou a chorar, ficando nervosa. Tinha sido apenas um sonho. Isso não significava que Mizabel tinha voltado...
  Então por que estava com a forte sensação de que algo, nesse exato instante, a estava rodeando?
- Você não vai me assustar de novo... - trincava os dentes ao sussurrar - Não vou permitir que interfira mais uma vez na minha vida!



Narrador:

Por mais que lutasse contra a lógica de ter presenciado a morte de Mizabel, aquele sonho era tão real, tão... “sólido” que parecia despertar um medo continúo sobre Anna. Bark batia na porta da garota, preocupado. Não só ela tinha ido dormir mais cedo como ouviu vozes em que ele foi peturbado no sono dele, por mais que fosse pesado.

- Anna!? AAnnnaaa?!?!?! - Bark batia na porta algumas vezes. - Está tudo bem? - Aguardava a resposta dela.

E como se o pesadelo não fosse suficiente, Annabella sentia aquelas inúmeras presenças abissais em varios locais. Era talvez a primeira vez que ela sentia tantos de uma vez. Era nova, não possuía a mesma quantidade de anos acumulados como os elfos, e se lembrava de relatos históricos que hordas infernais e abissais que invadiram, mas previsívelmente falharam. Foi então que se deu conta, os próximos anos seriam negros, cheios de terror, sangue e medo. Notou finalmente que ficar ali afetaria a vida de Bark, dela, e de muitos outros. Precisavam se mudar e logo. Mas convencer o velho Bark a sair dali? Esse iria ser o maior problema, pois a taverna era a única renda do homem, e se mudar, talvez ele nem conseguisse o mesmo. E a segunda questão ficava, para onde se mudar? O desejo que Lei tivesse aparecido logo apertava o peito da mulher, mas precisava aproveitar a oportunidade. Precisava mandar uma carta para a Capital para pedir abrigo E urgentemente falar com algum Cavaleiro Imperial, não podia simplesmente ser um soldado Teraniano.


Annabella:

  Ainda ficou por um tempo na cama, assustada e chorando, com a sensação de estar sendo rodeada se intensificando cada vez mais. Não era possível que até morto, Mizabel pudesse atingi-la daquela maneira. Precisava falar com alguém, pedir ajuda... E só havia uma pessoa em quem poderia confiar. Lei Keylosh, o Comandante. Precisava encontrá-lo, falar com ele... Não tinha dúvidas de que ele saberia o que fazer.
  Seu corpo estava esgotado, mal conseguia se mover. Se pudesse, ficaria na cama, escondida e protegida. Mas... nem em sua própria mente estava segura. Nunca esteve. Sua vida sempre fora uma constante luta; ela já não sabia se aguentaria mais um impacto.
  As batidas de Bark a trouxeram de volta. Bark! Não podia colocá-lo em risco mais uma vez. Precisavam sair dali, encontrar um lugar seguro, onde Mizabel não pudesse achá-los. O Comandante os ajudaria, claro que faria isso. Mas... e depois? Esse era o problema. Por mais que colocasse soldados para protegê-los, Annabela não queria viver com medo noite e dia. E não era justo com Bark. Fechou os olhos por um breve momento antes de se levantar e abrir a porta. E quando o fez, Bark seria recebido com um sorriso fraco, que não combinava em nada com a expressão atormentada.
  Ela já tinha feito sua escolha.
  - Está tudo bem, me desculpe pelos gritos... - suspirou, parecendo exausta - Foi apenas um sonho ruim.
   Era muito simples o que tinha que fazer, apesar de não ser fácil, emocionalmente falando. Mas era a coisa certa a se fazer, além de que Bark ficaria protegido, e todos os que lhe eram queridos.
  - Preciso falar com Lei Keylosh. Mandarei uma carta hoje mesmo...
  E Bark, apesar dela não ter tido nada consistente, entenderia o que ela planejava fazer.


Narrador:

A carta era mandada o quanto antes por um mensageiro.  E mesmo assim, por mais que tivesse sido por Annabella, e mandado com urgência, não houve um retorno se quer do Cavaleiro Imperial.

Conhecendo um pouco melhor dos motivos de como Anna agia, e principalmente por ser um padrinho a ela, Bark muitas vezes acabava não questionando, parecia que entendia que era a coisa mais certa a fazer caso o pior estivesse vindo e só Anna soubesse. Aos poucos Bark começou a manter as coisas mais arrumadas possível. Tinha comprado duas carroças grandes para transportar o que precisavam. E mesmo passado os quatro dias, nada de
Lei, apenas os preparos quase prontos para partirem.

Até que... as portas ganhavam batidas firmes anunciando a chegada de três guardas da Capital Terânia.

- Somos da guarda de Terânia e viemos escoltar Lady Annabella e Senhor Bark. - Disse uma voz bem jovem, um garoto provavelmente.

Com a sensibilidade que Anna tinha, podia notar que eram verdadeiros em suas palavras, e possuíam um ar leal. Quando Bark abria a porta, era possível “ver” que eram três sujeitos. Uma mulher montada, carregando uma espada grande em suas costas, junto à capa do brasão imperial, enquanto seus dois escudeiros a acompanhavam, sendo que o garoto estava
na frente.

Ellantra

Kel’Dor

Deliah

A cavaleira montada analisou Anna com calma e depois Bark, parecendo tranquila com o saber que as descrições que tinha deles batiam.

- Somos de Terânia e viemos escoltá-los para a Capital. Infelizmente o Comandante Keylosh está ausente e alguns assuntos importantes estão sendo tratados com urgência. Desculpe-me o atraso, mas quando estávamos para partir dois dias atrás, algo nos surpreendeu e tivemos enormes problemas e agora estamos com um número levemente reduzido.. Espero corresponder suas expectativas por mais que tivesse esperado pelo
Comandante Keylosh. - Formal como sempre, a mulher desceu do cavalo e foi para a frente dos dois, reverenciando cordialmente. - Me chamo Deliah, esses dois são meus escudeiros Kel’Dor e Ellantra. - Que logo em seguida, os dois reverenciaram ao serem anunciados.


Annabella:

À medida que os dias iam passando, Annabela poderia notar a inquietação de Bark, como muitas vezes o escutava resmungando alguma coisa sobre a demora. Obviamente estava preocupado, e grande parte disso era por sua culpa. Entretanto, apesar do aparente descaso, ela sabia que o Comandante não a abandonaria. Tinha certeza disso. Sabia que haveria uma explicação... Desde os acontecimentos fatídicos, ela passou a confiar plenamente na palavra de Keylosh. Por isso estava tranquila em relação a isso, ao contrário do taverneiro.  
  Ele viria, ou mandaria alguém buscá-los. Não existiam motivos para duvidar. E acabou estando certa disso assim que passaram quatro dias.
  As fortes e repetidas batidas a assustaram, ao ponto de fazê-la largar o pano que usava para limpar uma das mesas. Bark foi para o seu lado, colocando a mão em seu ombro tensionado. Diante do gesto protetor, repousou a sua sobre a dele, a apertando com suavidade. Apesar do susto, sabia que estavam ali a mando de Keylosh, e acabou sorrindo de um jeitinho discreto e nervoso. Suas pernas tremiam bastante, não tinha como voltar atrás... Se bem que não se tratava de uma situação na qual poderia ter escolhas. Além do mais, o Comandante mesmo tinha dito que seu 'dom' poderia ser útil para salvar muitas vidas inocentes.
  Respirou fundo quando Bark se afastou para a abrir a porta, mesmo que estivessem na taverna. E só a soltou assim que ambos entraram. De certa forma, a voz jovem a fez relaxar um pouco, e pelos passos, percebeu facilmente que o rapaz não estava sozinho. Continuou parada ao lado da mesa, com seu olhar sem foco algum. Os fios escuros estavam trançados, com a ponta do penteado caindo sobre o ombro. Parecia uma menina muito frágil e nova, apesar de já ter uns vinte anos. Entretanto, mantinha o queixo erguido, não querendo demonstrar receio.
  - Bark foi o homem que abriu à porta para os senhores, e eu... sou a Annabela - falou simplesmente.
  Assim que o homem passou a falar sobre os motivos do atraso, Bark tossiu, e Annabela notou que ele parecia arrependido de alguma coisa. Provavelmente dos comentários ácidos que distribuiu nesses últimos dias. A mocinha parecia preocupada e se sentiu mal por eles terem passado por uma situação de risco. Como também imaginou que eles já deviam ser acostumados. Sorria com doçura diante das apresentações, e não poderia ver as reverências.
  - É um prazer conhecê-los. E está tudo bem. Entendo que o Comandante tenha problemas muito sérios para resolver - suspirou, dando um passo em direção a eles - Vocês estão bem? Digo... Precisam de alguma coisa? Devem estar famintos, isso sim.


Narrador:
- Agradeço por vossa preocupação, lady Annabella. Mas devido à urgência das situações, necessitamos te escoltar o quanto antes. Estas foram as ordens dadas a nós. Mas uma vez que estiver em Terânia, posso lhe assegurar que poderá ver Comandante Keylosh assim que puder.

Embora a tosse de Bark, a cavaleira-sargento[desculpe  um errrinho, ela não é capitã, e sim um sargento XD] não pareceu se exaltar, mostrando uma determinação límpida e claro, uma voz de preocupação.

- Se pudermos partir já... e se estiverem prontos de imediato, vamos. Já arranjamos alojamentos em Terânia. - Inquieta, deu umas voltas com o cavalo e desceu para se aproximar. – Mais de uma vez, peço desculpas pelos problemas e demoras que causamos.


Annabella:

Diante das palavras dele, Annabela apenas concordou. Bem... Aquele era o momento. Não tinha como voltar atrás. Mordeu o lábio de leve, se sentindo um tanto despreparada. Bark voltou a colocar a mão em seu ombro, dando forças. Diferente dela, ele não poderia viver constantemente em Terânia, pois não teria coragem de abandonar a taverna, que por tantos anos tinha sido o lar de ambos, e de mais alguns.
  - Eu compreendo. Nossas coisas já estão prontas, podemos partir, então.
  Não parecia muito animada, o que ficaria muito óbvio para eles. Mas não fazia por mal, e era até compreensível. Sua vida tinha sido virada para baixo, e ela precisava se adaptar... O quanto antes.
  A voz feminina a pegou de surpresa, mas de certa forma se sentiu um pouco mais confortável, chegando a sorrir quando ela terminou de falar.
  - Não se desculpe, por favor. Estão aqui e é apenas isso que importa. Só tenho palavras de gratidão para oferecer... Obrigada por se importarem - ela suspirou - Sinto muito pelos... homens que perderam. Farei uma prece por eles.
  Segurou a mão de Bark, a apertando.
  - Está na hora, Bark. E não se preocupe. Tenho certeza que Stewie tomará conta direitinho do lugar enquanto estiver fora. Vamos...


Narrador:

Annabella embarcava agora numa situação que jamais veria que poderia mudar o seu destino e o destino daqueles à sua volta de forma tão drástica. Calmaria, paz, serenidade eram três coisas que iriam lhe fazer falta e bastante pelos próximos dias. Mas ao menos a viagem para Terânia parecia iniciar-se “bem” de uma certa forma. Passaria dois dias na estrada com a escolta até passarem pelas bordas, onde a cavaleira entregou as papeladas burocráticas aos postos de controle de passagem.

~ Fim do prólogo ~
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