Combata Fogo com Fogo (Encerrado)

EPÍLOGO (Jogo Terminado):

Relato do Mestre de Armas Seeje:

Muito bem, eis o que aconteceu:

Pyron havia criado uma assassina em segredo em seu castelo chamada Insinerahin. Ele sempre prometeu a ela que seria a nova campeã, que seria sua preferida e todas aquelas coisas. Ela acreditou nestas besteiras e cresceu esperando seu momento de brilhar.

Isto é, até Malak renascer na Chama. Malak chegou como a nova campeã e Pyron só tinha olhos para ela. Insinerahin ficou com ciúmes e arquitetou um plano para acabar com todo mundo. Insinerahin sabia que Pyron havia usado o Oráculo Cego para colocar o Punho da Fênix em Malak, um artefato que manteria o poder dela limitado e, portanto, não traria nenhuma ameaça à regência do tirano.

Malak não tinha ideia que o Punho fazia isto. Qual melhor maneira de deixá-la saber do que ir até ela e contar? Foi o que Insinerahin fez quando veio até o castelo de Malak, exatamente este em que estamos pisando. Ela alegou que Pyron a havia enviado para matar Malak, mas ela se recusara. Ela contou sobre o Punho e disse que a única maneira de se livrar desta "coleira" seria matando o Oráculo Cego.




Malak partiu para o covil do Oráculo imediatamente e fez exatamente isto: Ela o matou. Acontece que o tempo se passa de forma diferente naquele covil. Para Malak se passaram apenas algumas horas, mas para o resto se passaram três dias. No primeiro dia, Insinerahin enviou um sinal a um exército que já a esperava, utilizando de sua influência entre os soldados de Pyron. O exército invadiu nosso castelo e um dia inteiro de batalha se sucedeu.

Não tivemos tempo para chamar reforços e nem para montar uma estratégia decente de defesa e, portanto, o exército dela nos venceu. Eu e outros prisioneiros de guerra fomos levados até a fortaleza de Pyron, enquanto o resto das forças de Malak estava desorganizado e com sérias baixas. A mensagem se espalhou, entretanto, e as forças de Malak, mais numerosas, se dirigiram até a fortaleza de Pyron, iniciando uma batalha que duraria dois dias.

Ao término destes dois dias, Malak retornou. Ela adentrou a fortaleza e encontrou Pyron. Eles lutaram e Malak venceu, porque agora não havia nada limitando seu poder. Malak sempre foi a coisa mais forte em Firelands e Pyron vinha em segundo lugar.

Insinerahin sabia disso. Ela sabia que Malak era a única que poderia derrotar Pyron. Após a caída do tirano, Malak foi ao encalço de Insinerahin, mas a assassina havia atraído Malak para uma armadilha, onde colocou uma lâmina mágica gelada em seu interior. Ela usou isto contra Malak e conseguiu matá-la.

Acontece, meu amigo, que simplesmente não se mata Malak Nawar em Firelands. Ela sempre retornará. Insinerahin contou com o fato de que, sem o Oráculo, as almas de todos os flamejantes ficam vagando sem rumo e não conseguem encontrar o caminho para a Grande Chama. Mas ela não esperava que Malak tivesse poder suficiente para guiar as almas e retornar.

No outro mundo ela encontrou a alma de Pyron. Ele se ofereceu para ser o novo Oráculo, pois, sem um, novos campeões não podem renascer no futuro. Malak aceitou a proposta, voltou e arrancou o coração de Insinerahin! Foi lindo!

Não, eu não concordo com Pyron sendo o novo Oráculo, mas, se paramos para pensar, ninguém mais poderia sê-lo. Malak colocou não um, mas dois Punhos da Fênix em Pyron pra controlar seu poder, e para que ele sentisse o gosto de sua própria artimanha.

Malak Nawar é a nova regente de Firelands, meu caro. Os soldados morrerão por ela e o povo a apoiará. Posso lhe dizer que, em todos estes anos, nunca vi nenhum líder com tanta força de maneira tão rápida. Malak Nawar é a Senhora das Chamas!




Parte 1

Mais e mais flamejantes foram se juntando ao exército de Malak com o passar dos meses. (Como descrito no último jogo esporádico) Havia de tudo em suas fileiras: Civis que quiseram se tornar soldados após ouvirem o incrível relato de como Malak havia derrotado o Cavaleiro de Apocalypse, entusiastas, curiosos, seguidores da Senhora das Chamas e, principalmente, soldados do exército de Lord Pyron que desertaram e se uniram ao de Malak. Ao longo de todo o reino flamejante se via cada vez menos estandartes com o símbolo de Pyron e cada vez mais com o símbolo da Senhora das Chamas.

As deserções se deviam, principalmente, à história da vitória de Malak sendo contada aos quatro cantos de Firelands, por vezes de forma exagerada. Paralelamente, a regência de Pyron foi criticada severamente nos últimos anos, pois o reino se isolou da Aliança Imperial e sofreu com a ausência de alimentos e outros recursos para a população comum. Estes dois fatores foram os principais para a mudança de lealdade dos soldados.

Isto deixou o regente de Firelands muito insatisfeito, naturalmente. As deserções foram tantas que Lord Pyron decidiu agir. Certo dia, um mensageiro chegou aos portões do castelo de Malak, agora já quase totalmente reconstruído. O novo castelo era muito maior que o primeiro e tinha diversos mecanismos de defesa para uma situação de invasão. O posto militar avançado também foi refeito e ligado ao castelo através de túneis subterrâneos, os mesmos túneis que o Cavaleiro Peste usou para invadir na primeira vez. Foi feita uma varredura de toda a área do céu vermelho até a mais profunda camada de lava. Agora era impossível invadir o castelo de qualquer maneira. A única coisa que ficou da antiga construção foi a cabeça de Domo Halosis cravada em uma lança no hall de entrada e conservada através de magias e totalmente exposta. Qualquer pessoa que adentrasse o recinto veria a cabeça ali.

O mensageiro estava montando um cavalo envolto em chamas e trajava uma longa capa com capuz que escondia seu rosto. Na capa, um largo símbolo de Lord Pyron bordado. A presença do mensageiro foi rapidamente anunciada por um servente de pele vermelha do castelo, que correu até onde Malak estava para dar a notícia. Assim que Malak o atendesse, ele faria o simples anúncio:

- Senhora das Chamas... Um representante de Lord Pyron se encontra em nossos portões. Ele pede para falar com a Senhora.

Malak

Malak acompanhava as deserções e o crescimento de seu exército sem realizar qualquer comemoração ou movimento a favor ou contra. Tanto não atraía propositalmente quanto não sugeria que continuassem seguindo Pyron. Pouco a pouco tudo o que já havia pensado ao longo daqueles meses após a invasão de Domo. Aliás, ainda dedicava segundos de seu dia para observar e sorrir diante da cabeça exibida. Ainda pretendia que outras cabeças adornassem seu hall, conforme jurado a Seeje em vingança. Já havia observado como a situação de Firelands se agravava com o passar do tempo e a ausência de alianças ou soluções para a fome e outros problemas. Esforçava-se para ajudar aqueles que estavam sob sua proteção, providenciando o que estava sob seu alcance.

Confiou à Seeje o treinamento novos soldados e a divisão de cargos militares. Haviam se aproximado mais após a batalha contra Domo e o Mestre de Armas sabia de suas intenções, fruto da confiança mútua adquirida. Toda a segurança de seu novo castelo havia sido pensada de maneira que não fossem possíveis novas invasões e Malak ainda fez questão de melhorar alguns detalhes no projeto, priorizando conforto em alguns cômodos e deixando a masmorra mais adequada, mais segura para abrigar um possível prisioneiro mais forte que o normal.

Estava sentada em sua "sala do trono", adornada com seus estandartes e o que mais fosse de seu gosto, além de uma confortável poltrona na parede oposta à grande porta esculpida em madeira, guardada por dois de seus soldados designados por Seeje. Recebeu o servente rapidamente, suspirando ao ouvir o anúncio. É, estava demorando para Pyron se incomodar e se manifestar…

- Chame Seeje aqui. - mandou um dos soldados que acompanhavam o servente - E permita que o mensageiro entre. Obrigada pelo aviso. - agradeceu ao servente que o avisou prontamente, dispensando-o em seguida.

Ao ficar outra vez sozinha, Malak esboçou um sorriso. Seu momento estava perto. Bem perto.

Parte 2

O servente que avisou Malak foi correndo até a entrada do castelo para trazer o mensageiro, enquanto o soldado foi até os aposentos de Seeje para chama-lo. Como as duas tarefas foram executadas quase ao mesmo tempo, teoricamente, Seeje e o estranho deveriam chegar à sala do trono ao mesmo tempo.



Seeje chegou primeiro, entretanto. Ajeitava uma espécie de colete de couro no corpo, uma roupa que costumava usar quando não estava com armadura de combate. O colete, que ele vestia por cima de uma camisa de algodão, deveria ser abotoado por trás, e o Mestre de Armas tentava fechá-lo desajeitadamente enquanto adentrava a sala de trono.


Antes que ele e Malak pudessem trocar palavras, uma cena inusitada ocorreu. Um dos dois soldados que guardava as portas da sala do trono – um de cada lado – reagiu de maneira estranha à presença de Seeje. O Mestre de Armas parou para tentar ajeitar o colete de couro, deixando as costas expostas, e o soldado da porta atrás dele segurou sua lança em posição de ataque e a mirou nas costas de Seeje.


Malak pôde observar claramente a ação do soldado e foi como se o tempo tivesse parado. Seeje estava lá, distraído e olhando para o próprio peito, totalmente alheio ao ataque de seu próprio subordinado. O soldado, por sua vez, parado em pleno ataque, a lâmina de sua lança rumando às costas de Seeje e procurando seu coração, um ataque treinado e certeiro que destruiria o coração do braço direito da Senhora das Chamas. Destruiria, caso Malak não reagisse rapidamente. E ela tinha habilidade de sobra para fazê-lo. (Não é preciso rolagem pra atacar o soldado de qualquer forma com sucesso.)

Malak

Malak estava de pé ao lado do 'trono' quando Seeje entrou tentando vestir aquele colete. Arqueou um pouco as sobrancelhas, imaginando o motivo de Seeje, justo ele, se sujeitar a vestir uma roupa tão pouco prática. Chegava a ser estranho presenciar a cena… Começava a descer os poucos degraus para encontrar o Mestre de Armas quando percebeu a ação inesperada e traidora de um dos soldados, prestes a atacá-lo.

Não pensou em chamar a atenção do soldado ou de Seeje, talvez nada daquilo teria resultado rápido o suficiente. Uma chama em forma de lança "arremessada" por Malak passaria rente a Seeje, mas atingindo apenas o soldado em seu peito, matando-o!

Ainda estava com uma expressão de dúvida e surpresa quando terminou de descer as escadas, olhando o corpo do traidor.

- Um traidor…? No meu exército?! - indagou, ainda aproximando-se. - E você não deveria usar roupas tão pouco práticas, Seeje.

Parte 3

Seeje chegou a olhar para frente a tempo de ver Malak atirando sua lança de fogo. Chegou a achar que Malak havia enlouquecido ou que havia decidido se livrar de seu Mestre de Armas, mas depois percebeu que ela não o mirava. Viu o soldado cair atrás de si um segundo depois e olhou o corpo do mesmo tão surpreso quanto a Senhora das Chamas:

- Traidor?! Mas... Como?! Ele era um dos melhores! É por isso que foi selecionado para a guarda pessoal da Senhora das Chamas! – Disse Seeje, que desistiu de vestir o colete de couro depois do comentário de Malak, e jogou a peça para longe.

Enquanto a atenção de Malak e Seeje estava voltada para o soldado morto, o segundo soldado parado à porta aproveitou que ele havia sido esquecido por um segundo e sacou uma adaga, mirando-a na cabeça de Malak. Como ela havia se aproximado, o soldado não erraria àquela distância.

As portas da sala do trono ainda estavam abertas. Do lado de fora, vindo pelo corredor, estava o mensageiro de Pyron. A figura sob a capa, que não deixava nenhuma parte do corpo à mostra, empurrou o servente do castelo, liberando sua visão, e sacou sua própria adaga, arremessando-a habilmente na direção da cabeça de Malak. Tudo era um plano de Pyron para assassinar Malak e seu subordinado?

A adaga do mensageiro de Pyron acabou acertando o segundo soldado traidor. A lâmina entrou no pescoço do soldado, exatamente entre a junção do elmo com a armadura peitoral. Foi um arremesso de grande habilidade. O segundo soldado caiu morto. O mensageiro misterioso então se aproximou, o corpo ainda totalmente oculto pela capa negra e vermelha.

Malak

Não teve muito tempo para responder Seeje sobre a possibilidade de traição, já que um segundo soldado parecia prestes a atacá-la. Antes que pudesse reagir ao soldado ainda foi capaz de perceber um terceiro ataque que iniciava. Sua mente se quer foi capaz de formular algum pensamento conclusivo ou hipotético. Não havia o que fazer…

Até surpreender-se com a morte do segundo soldado através da adaga do visitante. O olhar ficou mais fixo ao encapuzado, já que ele poderia simplesmente atacar outra vez mas, caso ele não aparentasse outra ameaça, relaxaria um pouco. Apenas um pouco…

Claro, esperava que Seeje a essa altura já estivesse pronto para defendê-la caso preciso. E não, não falaria nada ao estranho ainda. Nada estava tão decidido para agradecimentos ou formalidades.

- Mensageiro de Pyron… O que traz de notícias de nosso senhor? - ainda precisava manter as aparências, claro.

Enquanto aguardava a resposta Malak retornou ao seu 'trono', acomodando-se e dividindo os pensamentos entre os dois recentes ataques e o que Pyron poderia querer com ela. Talvez o grande crescimento de seu exército já estivesse incomodando-o e cada vez mais ela se sentia segura para enfrentá-lo. Até mesmo já tinha planos para quando o vencesse em um Combate de Fogo.

Parte 4

Seeje realmente estava pronto para defender Malak, pegando a espada do soldado que acabara de morrer. Estava sem sua espada e armadura, pois não podia imaginar que haveria luta dentro do castelo cuja segurança havia triplicado depois dos últimos eventos. Permaneceu parado, pronto para impedir a entrada do mensageiro misterioso na sala do trono, e disse à figura estranha, depois que Malak falou:

- Mensageiro?! Ele tentou lhe matar, Senhora, apenas errou o alvo! Parece que todos aqui estão tentando acabar com a campeã hoje. Pois que venha, assassino! Não chamarei a guarda, pois com certeza há mais traidores entre eles, e não preciso! Apenas eu basta para acabar com você!

O mensageiro então parou e falou pela primeira vez. Era uma voz feminina:

- Ex-mensageira de Lord Pyron. E seu Mestre de Armas está parcialmente certo. Eu vim para matar a Senhora das Chamas e minha presença era o sinal para que estes dois soldados agissem. Se remover a armadura deles, verá o símbolo de Lord Pyron marcado em seus peitos. Eles foram leais ao regente de Firelands até o fim. Mas eu não. Não mais.

A figura então retirou completamente a capa, jogando-a longe. Era uma mulher com traços orientais e trajes de assassino e partes de sua roupa contendo o símbolo de Pyron. Não tinha a pele vermelha como os naturais daquela terra. Seria humana? Não havia como dizer com certeza. Era séria e compenetrada, mas seu corpo voluptuoso e seus trejeitos eram carregados de sedução. Provavelmente características provenientes de seu treinamento como assassina. ( Imagem: ) Ela continuou então:

- Eu sou Insinerahin, Senhora. – Disse ela, fazendo um cumprimento formal, mas sem dar mais um passo, já que Seeje estava à frente dela. – Se confia ou não em mim, não importa. Estou aqui para anunciar minha deserção e dizer que Pyron planejou seu assassinato. E falhou miseravelmente, como pôde observar.

Malak

Agora que Seeje estava outra vez em sua função Malak tinha confiança o suficiente para ficar um pouco mais relaxada, agora outra vez sentada. Passou a mão pelos cabelos enquanto ainda observava o Mestre de Armas manifestar-se. Logo em seguida o olhar pousou sobre a figura que se revelada. Franziu a testa diante das revelações e arqueou as sobrancelhas ao ver como ela era.

- Mais uma desertora… E uma que assume que veio para me matar, que arquitetou junto a Pyron um modo para me assassinar. Não sei até que ponto confiar em você, Insinerahin. Diga-me, por que desertou? Por que matou o soldado? E o que faz aqui, anunciando-se como mensageira de Pyron para, minutos depois, dizer que não é mais parte de seu exército?

Caso houvesse algum soldado próximo, ainda ordenaria algo após terminar de falar com a estranha guerreira.

- Leve os dois corpos, exponha-os em frente ao castelo. Novos traidores precisam de um aviso do que os aguarda.

Pediria a presença da Guarda Real mas diante de duas traições simultâneas preferiu confiar em sua habilidade e na de seu mestre de armas. Precisariam rever todo o exército, todos os soldados mais próximos e mais "confiáveis". Não podia ver sua defesa ruindo de dentro para fora, não quando tudo se encaminhava bem. Suspirou e voltou a olhar Insinerahin, tamborilando uma vez os dedos no braço do trono.

- Tem alguns minutos para se apresentar adequadamente e me convencer a não expô-la junto aos dois vermes traidores. Aproveite-os.

Parte 5

Três soldados que estavam no corredor, afastados da entrada da sala do trono, vieram correndo, pois haviam ouvido os sons de batalha. Assim que eles adentraram, Seeje ergueu um pouco mais sua espada, apreensivo. Não era para menos. Aqueles três poderiam ser traidores também. Por sorte, eles apenas acataram a ordem de Malak e retiraram os dois corpos. Antes que pudessem sair, Seeje ordenou que parassem e foi até um dos corpos, retirando a armadura do peito do soldado e abrindo sua camisa. O símbolo de Pyron realmente estava tatuado em seu peito. Os corpos foram retirados totalmente em seguida.

Seeje voltou sua atenção para Insinerahin, que deu alguns passos lentos para o lado, não fazendo nenhum movimento brusco. Ela sabia que a situação era tensa e que tinha pouco tempo para se explicar. Ela respondeu à Senhora das Chamas então:

- Eu sou uma assassina treinada por Lord Pyron e sempre estive muito próxima a ele desde pequena. Fui levada até seus domínios juntamente com centenas de órfãos que perderam seus pais na última grande guerra em Firelands. Exatamente a guerra que colocou Lord Pyron no poder. - Insinerahin deu mais alguns passos, falando de maneira calma, sempre acompanhada pelo olhar de Seeje, que ainda estava em posição de defesa. Ela continuou então:

- Lord Pyron regeu Firelands com punhos de fogo no começo e todo o reino o apoiou, mas, com o tempo, ele deixou de lado as coisas essenciais para o povo. Somos uma nação guerreira, forjada nas chamas e sangue, mas precisamos das mesmas coisas que qualquer outra nação precisa: Alimento, abrigo, proteção, medicina. Ele deixou tudo isto de lado e a população cresceu insatisfeita. - Insinerahin fitou Malak diretamente, algo que ainda não havia feito, e continuou:

- Então você surgiu, Malak Nawar. Ressurgida da Grande Chama, carregando Sua fagulha que queima intensamente em você. Lord Pyron achava que você seria apenas mais uma ferramenta de seu domínio, como eu era, mas ele se enganou profundamente. Você provou ser mais do que isto. A sua vitória contra a última ameaça à Firelands atraiu muitos seguidores. Você tem a rigidez e a força de Lord Pyron, mas não deixa que nada falte àqueles que seguem suas ordens e palavras. Era apenas natural que todos preferissem segui-la ao invés de Pyron. Inclusive soldados dele. - Insinerahin fez uma pausa, olhando para a porta, fazendo a óbvia relação com os soldados traidores. Ela seguiu:

- Muitos soldados de Lord Pyron mudaram sua lealdade por vontade própria, mas alguns, como estes dois que se juntaram à Grande Chama, faziam parte do plano de Pyron para assassina-la. Quando ele percebeu que não teria mais controle sobre sua própria criação, ele decidiu se livrar dela. Por que não marchar com seu gigantesco exército e acabar com tudo então? Isto seria pior. Ele a transformaria em um mártir. - A assassina então ajeitou o cabelo e continuou:

- Eu confesso que também fiquei em dúvida se devia continuar seguindo Pyron ou se me unia ao seu exército. A dúvida acabou quando passei pelos corredores do castelo há momentos atrás, acompanhada pelo servente, e vi como todos aqui trabalham com vontade, com devoção, em completa lealdade a você. As pessoas seguem Pyron por medo, sempre foi assim, mas você... Elas a seguem por acreditarem em você, por acreditarem que irá reger uma Firelands melhor. E é por isto que mudei de ideia. Se existe alguém que pode trazer honra à Firelands, este alguém é você, Malak Nawar. - E parou de falar. Falou alguns minutos, como permitido pela Senhora das Chamas, e agora esperava a decisão da mesma. Sua vida dependia disto pois, por melhor que fosse, nunca conseguiria enfrentar Seeje e Malak ao mesmo tempo.

Malak

Até mesmo Malak ficou um tanto apreensiva quando outros três soldados surgiam. Agora todo soldado seria um suspeito até que Pyron estivesse morto ou que uma varredura eficiente e agressiva fosse feita em todo o exército. Mas pensaria nisso depois… Agora tinha que lidar com uma suposta desertora.

A campeã buscava manter uma expressão neutra enquanto a ouvia, embora um ou outro arquear das sobrancelhas fosse inevitável, especialmente ao ser descrita por Insinerahin como alguém mais justo que Pyron, que poderia dar uma nação melhor ao povo de Firelands e tudo mais. Mas não conseguiu evitar uma risada quase cínica no fim de todo o discurso da assassina.

- Então até poucos minutos você estava aqui para me assassinar. Tentar, claro… E agora, depois de ver um servente, mudou de ideia? Um pouco suspeito, não? - levantou-se outra vez, descendo os degraus até o mesmo nível da assassina, aproximando-se pouco apenas.

- Existem traidores infiltrados em meu exército e você deve saber quem são. Traga-me a cabeça de todos ainda hoje. Será um bom começo para provar sua habilidade e, quem sabe, provar que realmente mudou de "ideia". Se falhar, se não me convencer, se algo me desagradar… Sua cabeça estará aqui, na minha sala, ao lado da de Pyron. Estamos entendidas? Sim? Agora vá.

- Seeje, selecione novos soldados para minha guarda pessoal. Mas selecione com mais cuidado dessa vez… - falou ao Mestre de Armas antes de iniciar a caminhada de volta ao trono. Sua vida assim, sem guerras e sem o controle completo de Firelands, era bem "pacata". Resolvia todos os problemas que estavam em seu alcance, cuidando e tentando suprir as necessidades de quem a seguia. Fora isso… Nada para fazer. Precisa ser paciente e esperar o avanço de Pyron.

Parte 6

- Sim, Senhora das Chamas. - Respondeu Seeje rapidamente. Insinerahin permaneceu na sala e comentou logo em seguida:

- Você deve tê-los selecionado por suas habilidades superiores, mas eles a possuem justamente porque são soldados especiais de Pyron. Eu não colocaria soldados de Pyron para proteger a Senhora das Chamas diretamente. - Seeje olhou enfurecido para a assassina e respondeu:

- Não me diga como fazer meu trabalho! - Insinerahin respondeu calmamente:

- Não foi minha intenção, Seeje. Não sei exatamente quem são os traidores, mas há uma maneira fácil de identifica-los. Pyron selecionou apenas seus soldados mais leais e fanáticos para se infiltrar em seu exército. Todos eles possuem uma tatuagem do símbolo de Pyron em alguma parte do corpo, exatamente igual a que aquele soldado morto tinha. Basta tirar a roupa deles e matar quem possuir a tatuagem. Quanto aos outros traidores, os que não servem Pyron ou que não são fanáticos, será mais difícil identificar estes. Eu preciso de tempo para conhecê-los e identificar suas intenções. Eu garanto que trarei todos os traidores em alguns dias, se a Senhora puder me oferecer abrigo. - Abaixou a cabeça em sinal de serventia. Seeje bufou, expelindo uma pequena quantidade de chama de sua pele, e fitou Malak:

- Senhora das Chamas! Embora eu não acredite que esta... Pessoa possa lhe fazer algum mal de fato, seria loucura abrigar aquela que declarou ter a intenção de mata-la!

Malak

- Traga todos os tatuados. Hoje. Aja como achar melhor e cumpra a ordem. Assim poderia pensar em aceitá-la. - Malak respondeu apenas isso para Insinerahin. Não queria ter o trabalho de argumentar a respeito de como ela deveria executar a ordem ou de como identificar os não tatuados, já que eles deveriam ser menos eficientes que os tais soldados leais e fanáticos.

- E você, Seeje, seleciona uma nova guarda pessoal. Quando a Insinerahin, deixarei que ela se prove útil e leal antes de abrigá-la ou aceitá-la e ela sabe disso.

Por fim olhava os dois, abrindo um pouco os braços e em seguida indicando a porta aberta.

- O que estão esperando??

Ry'lwharf

- hmhmhmhmhmhmhmhm... - A risada fraca, nada sonora e discreta claramente podia ser ouvida pelo local enquato uma figura encapuzada se aproximava. Seus passos eram quase inaudíveis, um modo discreto de andar completamente furtivo, embora ainda carregue um cajado. Os soldados que tentassem interromper a criatura certamente paravam de imediato e praticamente escoltavam essa criatura até próxima a Malak. Ao mesmo tempo que ela entrava, todos ali com a exceção de Malak estavam sendo violados mentalmente.

- Fh'tagn mhr'wrlheh... - Balançou a cabeça de modo negativo e virou-se para o soldado mais próximo onde o mesmo estáticamente parou e virou-se para Malak, seus olhos vidrados.

- Antes que possa fazer algo, vim em nome da Horda das Profundezas. Meu nome é Ry'lwharf e venho em nome do grandioso Cérebro. Viemos em troca de favor... em troca para reconhecer que Lady Malak será a futura regente de toda as Firelands. Nossos inimigos... hmpmfhm... são os Imperiais. Comercialmente, podemos oferecer tudo o que precisarão, militarmente queremosss os soldados de fogo que possuem. E nessa troca de favores, daremos todo o ssssuporte para derrubar Pyron e seus lacaios fiéis. E se me deixam intrometer... Por que levar tempo para ver a tatuagem de cada um quando... posso ler suas próprias mentes para arrancar seus desejos mais secretos... inclusive... estes que parecem agentes duplos. - Olhou para a mulher assassina.

Malak

Malak surpreendeu-se com a entrada de um completo estranho sem que fosse detido por qualquer um de seu exército, inclusive olhando Seeje de relance. Sentada outra vez em seu 'trono' a Senhora das Chamas ainda teve a educação e paciência de ouvir o estranho, quase um… rato?

- Ry'lwharf. Em nome da Horda das Profundezas? E tem a ousadia de invadir meu castelo sem ser anunciado ou mesmo ter a entrada permitida? Tem a ousadia de pedir uma aliança desse modo? - claro que suspirou, buscando um pouco mais de calma para continuar - Bom, já que foi direto, farei o mesmo… Alianças serão negociadas após a queda de Pyron que ocorrerá, aliás, sem interferência de outros reinos em busca de favores ou seja o que for. Seu tempo aqui foi perdido, retire-se e retorne após o início da minha regência.

Rolagem: Resistência mental de Seeje

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'10 faces' : 3

Rolagem: Resistência mental de Insinerahin

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'10 faces' : 9

Rolagem ataque mental contra Seeje e Insera-algo-assim

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#1 '20 faces' : 20

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#2 '20 faces' : 7

Seeje estava completamente atônito, parecendo uma estátua. Surpreendentemente, a mente dele havia sido dominada por Ry'lwharf, mas Insinerahin havia resistido ao controle. Ela ajeitou os cabelos calmamente e respondeu à criatura estranha:

- Minha lealdade agora é para com a Senhora das Chamas. Mas você nunca saberá disto, não é? - Deu um pequeno sorriso, fazendo alusão ao fato da mente dela estar intacta. Ela fez um sinal para Malak em seguida:

- Bem, eu trarei os traidores que puder reconhecer. Lord Pyron, obviamente, não estava tentando camuflar seus soldados, ou certamente não enviaria seus homens mais fanáticos. Portanto, arrancar suas roupas ou ler suas mentes resultará na mesma. Eu acho melhor despir todos eles. Além de... Muito mais interessante... - Deu um sorriso malicioso. - Ainda mostrará aos outros o que acontece com traidores. Com sua licença. - E deixaria a sala do trono.

Ry'lwharf

- ghrmhmh... Certamente Lady Malak não deveria perder tempo com infiéis e o desprezível Pyron. Posso ajudar em derrubar Pyron em quantidade e qualidade... não importa de dia ou de noite. Seco ou úmido, quente ou frio. E também posso escravizar mentalmente todos aqueles que tentarem te matar ou que seguirem Pyron. Logo, uma sociedade cheia de escravos que se quer se voltarão contra ti, Lady Malak. Fieis até a morte como os verdadeiros soldados fiéis que te seguirão sempre.

- Oh sim, deixa-me te dar... um presente...

A criatura gruniu de novo mas desta vez coisas grandiosas precederam para Malak. Vários "flaps flaps" vindos de lufadas de vento encheram o local com facilidade, seguidos diretamente com rugidos em familiares a Malak, rugidos de dragões vermelhos que ainda eram adolescentes, mas tinham grande capacidade de lutar já nessa idade. Todos eles pousavam em volta daquela construção enorme.

- O frio... e fogo são explícitamente inimigo e aliado de vocês... se me permitem.... fizemosss umas experiências o líder da horda quis lhe presentear algo bem... valioso para ele. Em troca... em troca do que lhe foi tomado antes.

Um estrondo bem maior foi ouvido depois. Um rugido duplo veio de forma bem mais estrondosa.

- Se puderem, me acompanhem.

O encapuzado seguiu para fora com os soldados e Seeje. Se Malak e e Insinerahin seguissem estes, veriam uma dezena de dragões adolescentes disciplinadamente parados em volta do local como sentinelas enquanto uma figura praticamente o dobro do tamanho de corpo amarronzado e duas cabeças enormes, praticamente adultas, a única diferença era que estes possuíam cores diferentes, uma branca e uma vermelha. Eram os extintos dragões de duas cabeças que há muito tempo tinha se tornado mitos entre os próprios dracônicos. Diziam que estes eram os mais próximos em grau de parentesco a Tiamat.

Malak

Acompanharia-o, já imaginando o que era após ouvir os rugidos. Aquele estranho não parecia afim de desistir facilmente e Malak não estava disposta a perder seu tempo com alianças que não ocorreriam. Parou do lado de fora do castelo, cruzando os braços e observando os dragões um a um e por mais tempo o de duas cabeças.

- Deixe-me ver se entendi… É um "presente" em troca da aliança? Presentes não demandam trocas. Retorne após a derrota de Pyron e negociaremos o preço desse "presente".

Já havia apenas ouvido falar sobre os dragões de duas cabeças e isso certamente a deixou admirada. Porém, alianças e compromissos não eram seu objetivo ainda e nada a faria desviar-se de seus objetivos e metas.

Ry'lwharf

- Entenda o que quiser. Fui alarmado do temperamento e da falta de análise da situação da campeã. - O que tornaria aquele ser que se ofereceu a dar serviços, um ótimo conselheiro onde Malak só entenderia mais para o fim.

A criatura voltou-se para os dragões vermelhos e pronunciou algo que fez com que eles voltassem, apenas deixando aquela criatura de duas cabeças.

- E a derrota de Pyron poderia ser muito mais rápida, mas uma pena, vai levar um bom tempo e baixas dos dois lados. - E assim, sem se preocupar, foi acompanhado por Seeje até o pé da escadaria onde finalmente deixaria o guarda-costas de Malak mais livre para poder julgar suas próprias vontades e iria embora de Firelands. Sua postura e andar pareciam que era de algum homem velho e bem franzino. E assim que se afastou do castelo, sombras começaram a se espalhar por seus pés e a criatura deu mais uma olhada para Malak, agora com a face exposta.



Illithids, como eram conhecidos até mesmo em Underdark eram considerados uma das criaturas mais perigosas. Isso explicava bem o fator de que ele era alguém que podia manipular aqueles de vontade fraca com facilidade. Sua inteligência era lendária e um tanto difícil de tentar compreender.

Malak

Malak permaneceu de pé no lado de fora do castelo, observando o dragão que recebeu de "presente". Agora tinha que saber o que fazer e como comandar aquele ser. Não respondeu o mensageiro sobre como seria a derrota de Pyron ou quantas baixas teria durante a tomada de poder. De fato Malak pretendia algo bem mais pacífico, se possível arriscar tudo em um único combate com Pyron. Observou o afastar do estranho, sem se surpreender ao ver sua real face. Pelas ações e manipulações, pelo comportamento... Boa coisa ou boa pessoa não seria.

Agora aguardava que Seeje retornasse ao normal e esperava que após uma conversa com os conjuradores a respeito da segurança das mentes de seus subordinados.

- Insinerahin, vá cumprir minha ordem. Se sobrar um traidor fanático vivo, sua cabeça será enviada a Pyron. Seeje, providencie a nova guarda real e mande um mensageiro à sala do trono. Retorne em seguida para discutirmos algumas decisões militares.

Deu as costas a todos, retornando para onde estava. Precisava agora pensar, planejar e executar.