Réquiem por Lilyana - Ahmik e Joshua (Encerrado)

Joshua se entreteu com os moradores que vieram lhe tocar, não ligando para quela situação. Sentia-se como vários animais que tentavam brincar enquanto o mais velho ficava ali parado, quieto, indiferente. Mas quando começavam a bater mais forte nas escamas, fez um pequeno jato de água com sua pata, de forma arcana, só para dar uma leve assustada que no fim não era encarado como algo ruim para um lugar que era quente. Mas ao ver a mulher sair e Ahmik ficar dentro, deu um suspiro profundo. Não tinha intenção de ouvir a conversa, mas sua audição draconiana lhe fazia ouvir partes que lhe apeteciam.

- "Chega... Já...brincaram basssstante." - Levantou-se e se esticou, espreguiçando suas asas. - Nossss veremoss em breve, Ahmik... - Não esperou a resposta e logo saltou para ir atrás da senhora.

Como indicado pela mulher, aproximou-se e pousou perto da tal construção e pousou.

- "Me paresssce que ele ainda é bem jovem para o cargo que exerce. Não me paressssce que tenha sssse juntado aosss Imperiaisss tão cedo. Não... quando EU presssenciei a criasssção desssa ordem." - Deu uma leve pausa. - "A dor da perda ainda o casssssstiga e muito. - Joshua então se virou para Noerya. - "Me perdoe a falta de minhasss maneirasss, massss... há muito tempo não encontro ssssituasssção maissssss pacífica que esssssa. Ossss mortaisss me chamam de Josssshua." - Mas aquilo era apenas uma referência, dando a entender claramente que ele possuía outro nome. - "Imagino... que tenhasss ouvido ssssobre o regente de Urisssssss."

O menino que brincava com Joshua, ao ser acertado saiu correndo. com medo de ser morto pelo dragão. As pessoas que espiavam de longe se esconderam quando o menino gritou, mas logo os olhos voltariam a mirá-lo novamente.

Ahmik ficou na casa, ainda irritado pela conversa com Noerya, que nem ao menos pareceu dar bola aquilo que pedia. Ele permaneceria lá, tentando se acalmar.

A idosa Amenti ia caminhando a frente, rumo ao palácio que estava sendo erguido. Joshua chegaria antes dela no local, afinal ela andava a pé e ele apenas balançou as asas algumas vezes e trocou de lugar. Noerya se aproximaria da construção , subiria as escadarias já prontas e dali de cima conseguiria se igualar um pouco a altura do dragão.

- "Voltem ao trabalho!" - ela disse em tom de ordem, para que os homens que estavam escondidos saíssem e retomasse as atividades. A contragosto eles obedeceram, a velha então sorriu, voltando-se em seguida para o dragão.

- Ahmik parece jovem, mas não é. O problema é apenas a união das almas, ele ainda está perdido em relação ao controle de sua parte mais forte, não pode resistir aos seus intentos. - Ela fez uma breve pausa, observando toda a extensão corpórea do dragão - É uma pena, mas até mesmo os Imortais tem que lidar com a Morte. Ahmik não pode achar que é o dono dela, isso eu não permitirei, ele tem se desviado muito dos objetivos a qual veio e os Imperias.....bem....- ela calou-se, em franco tom de reserva quanto ao assunto.

Noerya caminhou para dentro de uma pequena parte da construção que já estava coberta e buscou um banco para se assentar à sombra.

- Joshua, é uma prazer conhecê-lo. chamo-me Noerya, como acredito que já saiba. Amenphis já passou por muita coisa desde agora e as areias do tempo e das dunas impediram-nos de sair daqui, mas sim, já ouvi zumbidos deskraussianos a respeito do zigurate que se formou em En Sabah, mas não pude sair, estou muito velha para missões diplomáticas.

Uma pessoa coberta da cabeça aos pés foi de encontro a Noerya, sem tirar os olhos de Joshua, não parecia amedrontada, parecia curiosa. A velha olhou para ela, mas nenhuma das duas disse palavra alguma.

- Devo admitir que apesar de saber sobre o zigurate, não chegou a mim o seu nome e é a primeira vez que o ouço. Mas quanto a ti, já ouviste sobre Amenphis?

Joshua riu com a ação do garoto e disse na lingua nativa com sotaque.

- “Um pouco de água para refrescar.”

E assim seguiu como pretendia, indo de encontro com Noerya e finalmente ver que chamava atenção demais.

- Talvez eu deva retornar à figura humana… ccchamaria menosssss atenssssção.

Joshua diminuiu de tamanho e passou por todo o processo até ganhar a forma humana, vestindo uma túnica azulada com detalhes em amarelo que se apreciam com fagulhas e trovões. Descalso mesmo, aproximou-se de Noerya e a reverenciou de leve.

- Sempre tive curiosidade sobre essa região de En-Sabah que estava em parte coberta por Deskrausser. Procuro atualmente expandir a influencia de Uris. Não pretendo mais depender de outros para receber suprimentos, nem mesmo deixar pessoas ficarem rotas em prisões de guerra. A era agora é outra, a liberdade se tornou um quesito essencial. E por isso, unificando todas as tribos, vilas, cidades que possuem o mercantilismo e o conhecimento de sobreviver no deserto se torna importante para ser compartilhado. No momento, descobrimos túneis que vão para vários locais diferentes. Terá um transito definitivamente bem mais rapido comparado ao sol escaldante neste deserto. Infelizmente não trouxe nada ainda hoje, mas em breve pretendo mandar um mensageiro para cá para trazer o que sabemos. E quem sabe, até mesmo mais chuva.

Noerya deu um sorriso de afirmação quando Joshua se referiu a sua forma dracônica.

- Não vemos muitos dragões nesses lados do deserto, acredito que seja melhor.

A idosa o ouviu, e quando Joshua se aproximou em sua forma humana ofereceu a ele um lugar à sombra.

- Oras Joshua, seu desejo é muito interessante. Liberdade é uma boa virtude, mas poucos a conhecem. vejo que és um homem bem atento, e por isso pode conviver com muitas raças e portanto devem ser elas muito desejosas de liberdade.

Noerya observou Joshua durante um tempo.

- Deixe-me partilhar um pouco de conhecimento contigo. Vê essas pessoas que aqui estão!? - Ela mostrou as pessoas que voltavam ao trabalho - Nenhuma delas aqui recebe qualquer valor para fazer o que fazem, são descendentes de escravos do antigo Império que antes vigorava aqui. Amenphis já foi muito grande, e seu povo jamais sofreu com a escravidão a não ser da privação de sair dessas terras. Eu conheci essa área ainda em seus bons tempos. - Fez uma pausa, novamente observando o dragão, como se esperando suas reações - Nenhuma dessas pessoas que veem apesar de sua situação de escravidão é realmente escravizada, elas se prestam a tais serviços e eu utilizo das formas como servem, juntos estamos reconstruindo esse lugar. Dou a elas minha experiencia e elas e dão seus braços e força é uma troca.

Noerya sorriu.

- Sei que existem regimes opressores, e Deskrausser nunca foi uma opção boa para ninguém, mas assim como essas pessoas que aqui estão, eu sou serva dos deuses e não me foi dado o direito de escolher quanto a quem traria o jorro de vida ao deserto. Não posso simplesmente abandonar Deskrausser, essa decisão infelizmente não me cabe, assim como a liberdade como eu penso que imaginas.

Noerya olhou ao redor e suspirou, voltou a ficar séria.

- No entanto deixo a ti passe livre para nos visitar e peço que seus túneis não alcancem as minhas terras e nem sua influência dos tempos. Nesu tem seu próprio tempo, assim como nossa história, estamos nos reerguendo e na hora certa, se nos respeitarmos...tenho certeza de que o destino virá a nos unir. Deskrausser é hoje nossa aliada, mas somos neutros em relação as suas inimizades, não disponho de exército e não permitirei guerras em meu território e jamais entrarei em uma com força bélica, não é contra os povos que eu luto.

Noerya gostara do clérigo, mas a proposta que lhe fazia não cabia na vida de Amenphis. A Flor do Nesu tinha seu próprio tempo e respeitar isso era primordial para Noerya.

- Me desculpe se disse alguma indelicadeza, mas não há outra forma de dizer, Imperial.

- Deu para notar que é a primeira vez que vêem um dragão. - Joshua deu um sorriso. - Mas infelizmente os coloridos são malignos por seguirem Tiamat e suas ideologias malignas. Os metálicos que seguem Bahamut são mansos e gentis. Mas logo poucos vão sobrar... Está cada vez mais difícil encontrar algum... - Num suspiro, seguiu a conversa de Noerya.

- Mas ao mesmo tempo, tantos grupos diferentes, ainda existem conflitos. Não queria reger com medo, mas o tamanho e a fama draconiana, principalmente os cromáticos como eu, fazem com que tenham certo medo. Confiança é algo para se construir com o tempo mesmo, não?

Respirou fundo por fim ouvindo a ultima parte da conversa. Coçou o queixo, Deskrausser ainda havia agido em troca de favores interesseiras.

- Vejo e reafirmo que confiança foi mais construída com o tempo. Diante de tudo isso, realmente não posso fazer muita coisa. Estão protegidos defesas naturais, no caso isso é bom. Não vou forçar nada, mas a oferta está em aberto. Qualquer necessidade, estarás mais que bem vinda a consultar conosco em Uris. Uris localiza-se perto da costa de En-Sabah, atrás de uma cadeia pequena de montanhas.

Era uma forma bem sutil de dizer que Uris até mesmo abrigaria as pessoas de Amenphis, entre varios tipos de ajuda. Joshua deu uma reverencia para Noerya caso ela encerrasse o assunto.

- A vida nesse mundo é complicada para todas as criaturas, até mesmo Imortais sofrem em seu caminho. - Fez uma breve pausa, olhando para as próprias mãos, que agora remexiam o lenço da túnica que vestia. - Tenho pensado muito em como esse mundo vai, e acredito que as criaturas dessa História cessarão suas existências. Há muito acontecendo e poucos vêm e fazem algo contra.

Voltou a olhar Joshua.

- De qualquer forma, ainda estamos aqui. - Recuperando-se de sua divagação - Agradeço pela sua disponibilidade e de sua boa vontade oferecida à Amenphis, mas ainda não é o momento. Está tudo bem conosco e apesar dos pontos de vistas contrários, Deskrausser tem sido uma aliada silenciosa e que respeita nossa soberania. Não damos nada a mais do que podemos e não recebemos menos que o necessário, por isso estamos renovando nossas esperanças de que muito em breve Amenphis ressurgirá.

Ela olhou para as pessoas trabalhando, muitas delas olhavam curiosas para os dois.

- Claro que teremos problema no futuro, até porque eu não reinarei para sempre, infelizmente eu não sou mais uma Imortal. - Ela riu. - É realmente um problema viver tanto tempo e morrer no final.... - ela deu uma gargalhada, ridicularizando a passagem do tempo. - "Zaek, prepare a câmara do ritual, por favor" - Ela dirigiu-se a pessoa que estava totalmente coberta, ele simplesmente assentiu e saiu de perto de Joshua e Noerya.

- Ainda haverá muito tempo para Amenphis, mas talvez não tanto para mim e você Joshua, a idade pesa em mim e acredito que minha jornada nesta Terra esteja no fim. Cumpri o meu destino e os deuses finalmente me aceitarão em seus braços. - Ela respirou fundo, como se fazendo uma confissão. Noerya não parecia muito velha, mas ela tinha o olhar de sabedoria que somente os anos poderiam dar.

- Ahmik ficará aí, e espero que mantenha seus laço com Amenphis, pois outros virão depois de mim e não conheço o futuro tão bem o suficiente para dizer se a flor de Nesu será branca ou vermelha. Muito sangue já correu nesse rio, e sempre se pode abrir uma nova ferida, não é mesmo?!

Ela remexeu na cadeira.

- Bem, espero que nunca precisemos de suas gentilezas, que aceito de bom grado como possibilidades, mas se precisarmos os que virão depois de mim serão avisados de sua bondade. Agora terei que me preparar para conversar com Ahmik, ele está bem exaltado como pode ver. Lilyana era uma companheira leal e Ahmik não gosta de perdas, principalmente de quem ama, nenhum de nós gostamos. Fique a vontade para conhecer minha pequena cidade, serás acompanhado por Naheera, ela o encontrará em breve.

Noerya levantou-se e ofereceu a Joshua um abraço, em seguida ela sairia, rumando para as pirâmides por detrás da construção. Joshua esperaria um pouco e se não esperasse Naheera o encontraria, afinal o lugar não era tão grande, Ela o seguiria em silêncio, curiosa, mas não tão acostumada a visitantes.



[ Bem...as cenas dentro da Câmara eu não farei, porque Joshua não poderá participar. Fique a vontade para conhecer a história de Amenphis por meio de Naheera, se não quiser é só postar que ficou esperando Ahmik que partimos direto para o final, o retorno à Nova Terânia ]

Pensava se a proteção natural que eles possuíam seria suficiente para algum avanço de algum dia das forças de Apocalipse. Deixaria mensageiros prontos para essa atividade, mensageiros que usariam túneis para chegar perto de Amenphis quando precisassem.

Apenas meneou a cabeça gentilmente de acordo com as palavras da velha que lutavam contra mudanças.

- Acho que irei explorar sim, tantas coisas diferentes por aqui, me deixam curioso. - Sorriu e foi de encontro com essa mulher, parecendo um jovem curioso ainda, que de fato, Joshua era bom nisso, ser curioso. Despediu-se de Noerya, entendendo a situação ainda que ela se encontrava com Ahmik e foi atrás daquela que seria a guia dele.

Naheera chegaria até a presença de Joshua algum tempo depois da saída de Noerya. Ela era uma mulher de cerca de trinta anos, tinha a pele escura e cabelos cacheados, que só eram possíveis de serem vistos por uma mecha ou outra que saltavam para fora do pano que lhe cobria a cabeça. Usava também uma túnica bege, que escondia sua silhueta, lhe dando um ar de maturidade. Ela sorriu a Joshua, ficando ao lado dele.

- "Me chamo Naheera, lhe acompanharei onde quiser ir" - Ela disse em sua língua nativa.

Conforme Joshua fosse caminhando ele perceberia que o que havia para ver ali, eram os cultivos próximo ao Nesu, um barco de peca no meio do rio, soltando suas redes. Na vila que agora era reconstruída, casas feitas de tijolos e tendas se misturavam, e apenas uma rua existia, lugar onde poucos comerciantes ficavam, recebendo os deskraussianos que viam buscar seus produtos e levar outros.

O lugar mais movimentado que veria era o palácio na frente das pirâmides, em que homens e mulheres trabalhavam para levantar as paredes. Existia algo de curioso também próximo ao rio, em que alguns adolescentes retiravam areia e faziam surgir dali canais que levavam ao Nesu.

- "Se quiseres, podemos tomar alguma coisa ou dar uma passeio de barco" - Naheera com sua voz mansa ofereceria algum prazer naquele lugar pacato à Joshua, enquanto isso a barca de Rá cruzava ao céu se aproximando do horizonte, deixando para trás seu rastro de calor.

- "Não há necessidade de passeios. Apenas me diga sobre as construções, zonas e um pouco da história."

Respondeu Joshua ao observar a mulher com certa curiosidade mas logo se virando para aonde ela havia apontado.

Naquele momento Joshua poderia perceber que Ahmik saia da casa não qual tinha ficado durante a conversa com Noerya e se encaminhava para as pirâmides, juntos a ele, dois acompanhantes cobertos por panos brancos e símbolos Amentis escritos em seus braços em negro.

"- São os Shemsu-heru, os guardiões das tumbas. Eles não costumam se mostrar, porque eles permanecem entre nossos dois mundos." - Ela sorriu, voltando-se à história - "Vejo que é muito esperto, Senhor. A história conta muito mais que passeios."

Naheera era instruída, isso ficava obvio, talvez diferentes daqueles que trabalhavam nas obras de Amenphis.

"- Bem, vou contar-lhe sobre a nossa lenda. Afinal tudo que tinhamos foi perdido no deserto, e a história que temos é aquilo que sobreviveu com nossos anciãos, como Noerya. A Flor de Nesu desabrochou pela primeira vez no que dizemos ser o fim da segunda era, quando as criaturas do plano superior aplicou sobre nossos olhos as lágrimas da realidade. Nessa época, alguns homens ainda ficaram com os deuses ao seu lado o que deu a eles a visão da riqueza de nossa terra. Pelos propósitos dos deuses esse homens fizeram florescer às margens de do rio nossa civilização."

Ela olhou em direção ao caudaloso rio que atravessava aquela parte do deserto, banhando as margens de vida.

"- Desde então poucos homens passarão a ser concebidos pelos deuses como seus aliados e muitos deles como meios. Mas ainda assim a Flor do Nesu foi abençoada." - ela fez uma pausa, voltando a observar Joshua -" Crescemos sobre a areia, firmamos um solo com suor, sangue e batalhas e vencemos muitas. Mas muita coisa aconteceu , pois os homens se movem na terra e a eles é impossível atravessar ao outro lado para lutar em mais batalhas, do outro lado do véu, os deuses então lutavam por nós e nós os retribuiamos lutando por eles. O mal jamais vencia, pois desconhecia a parte de cá do véu, mas uma hora o desconhecido se tornou conhecido."

Ela fez uma expressão de temor.

"- Apophis se atreveu a macular os homens, e descobriu na alma humana as fraquezas das quais podia se aproveitar. Porque nossas almas são incompletas e suscetíveis, e tão por isso precisamos um dos outros. o Senhor do mal então fez dos humanos bonecos e numa última batalha, já pelo final de nossa quarta era, a Tempestade aconteceu. Na Última Batalha nossas histórias foram soterradas por Apophis, que venceu nosso deus que tentava nos ajudar desse lado do véu e que se esqueceu da vigília do outro lado. Tudo foi embora, todos os corpos e vida, apenas nos restou as pirâmides."

Ela apontou para o lado, no local onde os adolescentes escavavam.

"- Vê?! As areias encobriram nossa antiga cidade, o mal velou o bem, secou a flor, mas agora estamos renascendo!"

O draconiano coçou o queixo algumas vezes ouvindo toda aquela história, mas ainda preferia ouvir relatos históricos com mais precisão. Mas retrucou logo.

- "Me conte mais a relação com Deskrausser, desde o início até hoje, tudo o que puder com detalhes. Eles já foram inimigos do mundo. Mas desde que a nova realeza tomou o poder, está neutro em todos os sentidos."

- Deskraussser nunca se anunciou inimigo do mundo enquanto estivemos juntos a eles! Não sei do que fala, até porque meu mundo se resume a Amenphis!

Naheera o olhou com dúvida, como se o que que o dragão falasse não tivesse feito sentido algum.

- Deskrausser nos veio pelo sabor dos ventos e nos aliamos a eles pela vontade dos deuses. Era a hora e foi só isso. Não há relação com Deskrausser que não a de obrigação, nós os damos o que precisam e eles nos oferecem o que precisamos para nos reeguer, braços, alguns soldados...nada mais que isso.

Não haveria como a moça ser mais precisa que isso, somente Noerya poderia esclarecer suas relações com aquela outra nação, mesmo assim era duvidoso que isso acontecesse.

- Me parece que não gosta dos deskraussianos! - Pontuou, observando com interesse o draconiano

- "Oh não... com os antigos Deskraussers, era necessário dormir com um olho aberto." - Sorriu de leve. - "Mas enfim, entre dois nomes que citarei, diga-me o sobre cada um..."

Joshua influou o peito e coçou o queixo por alguns segundos até trazer primeiro o mais antigo.

- "Serhaza...e Zarack."

- "Não sei nada sobre o povo deles a não ser aquilo que eles dizem. Jamais ouvi sobre Serhaza, mas Zarack esteve aqui e foi ele que os deuses aceitaram"

Dessa vez Naheera foi mais curta, não se esticou muito sobre o assunto, talvez porque não o conhecesse ou porque não queria dizer mesmo.

- "Bem, acho que nosso passeio está chegando ao fim." - Naheera apontou para Ahmik que vinha da construção em que antes tinham conversado ele e Noerya - "Foi um prazer meu senhor!"

Ela sorriu , segurou seu véu e foi caminhando contra o vento frio que soprava do rio para a aldeia.

Ahmik vinha e de longe era possível notar que não tinha obtido o que queria, caminhava com pressa e rispidez, quase afundando o solo ao redor de seus pés. Logo atrás dele uma pessoa coberta por um manto ornado com símbolos, caminhava rapidamente, mas parecia despreocupado, apenas acompanhando-o.

- Vamos embora daqui Joshua. - Anunciou ao se aproximar.

Joshua fechou os olhos, aquela informação tinha sido mais do que suficiente. Talvez realmente aquele lugar não tinha sido maculada com os povos do norte. Meneou positivo com as descrições e informações dadas de Deskrausser e virou-se para a moça.

- "Obrigado pelas informações. Foram mais que úteis." - Reverenciou de leve e foi-se em direção de Ahmik.

Chegando em frente ao sacerdote, sorriu largo contra o amenti emburrado.

- "Vai mesmo querer de novo aquela carona aérea?" - Sorriu largo esperando a resposta.

Ahmik ficou um tempo em silêncio, enquanto terminava de se aproximar.

- Não importa, só vamos embora daqui!

O sacerdote esperaria, imaginava que Joshua voltaria a sua forma dracônica.

- Temos mais um viajante conosco, espero que não se importe.

E seria ali a última coisa que o Amenti diria. Ele queria sair dali o mais breve possível, apesar da culpa avassaladora que começava a repousar em sua alma.

Spoiler:

- "Hmmm..." - Foi a única coisa que Joshua respondeu e levou tanto Ahmik como o terceiro ser ali. E pelo fato de estarem acompanhados, comportou-se mais no retorno.

[ENCERRADO]