Convocação, Militar, Capitão Lei Keylosh. (Encerrado)

*Como solicitado, Lei Keylosh apareceria na sala do Adeptus Administratum e dois soldados guiavam Vlad Kain ao seu lado. Os soldados não avançariam, ficando apenas Lei e Vlad no local adequado para que a sessão começasse. Lei estava obviamente cansado daquele assunto, esfregava os olhos e bufava a todo instante.*

O Alto Conselho Terâniano era escolhido cuidadosamente pelos regentes, um a um, avaliados e testados para compor os homens e mulheres que estariam ao lado não apenas da Imperatriz, auxiliando e guiando suas decisões diplomáticas, mas também, do Imperador, em tempos de crises e guerras. E era perante a parte desses indivíduos poucos vistos que Lei e Vlad se encontravam. Quatro deles, e uma mulher de aparência exótica. Tinha a pele muito, muito clara, e olhos de cor âmbar, tão semelhantes as de um felino. Os cabelos escuros eram finos e escorriam emoldurando o rosto pequeno. Possuía unhas grandes e afiadas.

– Que os bons ventos os tragam, senhores. Sou Amber, membro do Alto Conselho Terâniano, representando hoje, Vossa Majestade, a Imperatriz. – Gesticulou, para que se quisessem pudessem se sentar.

– Trataremos o assunto o mais rápido possível, pois é de desejo de Vossa Majestade que as coisas sejam resolvidas hoje. Capitão Lei Keylosh. – E remexeu um bocado de papéis. – É de veracidade que combinou com o senhor Vlad Kain, um Justiceiro Sagrado um encontro em um território neutro? Pode nos dizer o que aconteceu após esse encontro? Pode também, nos confirmar que houve a tentativa de troca entre o suposto prisioneiro imperial por outra pessoa nominada 'Minami'?

Em primeiro lugar, Amber, por que Agatha em pessoa não compareceu à esta sessão? *Já sabendo que não seria respondido ou que conseguiria uma resposta no mínimo duvidosa, Lei não esperou e continuou.*

Sim, é verdade. Eu combinei um encontro com Vlad Kain na cidade de Warjillis que, segundo palavras do próprio Imperador, era até então uma área sem limitações para qualquer pessoa, inclusive para um Justiceiro Sagrado. Entretanto, o Imperador se esqueceu de me avisar que o trato entre os Justiceiros e os Imperiais de que membros de um grupo não poderiam adentrar o território do outro também cobria Warjillis.

Portanto, eu marquei um encontro com Vlad achando que estávamos em território neutro quando, na verdade, o Imperador considerou isso transgressão. O que é no mínimo estranho, pois ele preferiu acusar Vlad deste crime ao invés do crime mais óbvio e gritante que foi o sequestro de Minami que, de acordo com o casamento realizado na taverna de Warjillis, é oficialmente uma cidadã teraniana.

A união foi feita diante dos juízes e tornada oficial pela palavra do Imperador, que pareceu não se importar com o sequestro da esposa de um Cavaleiro Imperial. Após a união, Vlad acionou um dispositivo mágico que teletransportou Minami de volta à prisão na qual ela reside sob o poder do paladino Voltaire.

Todas as provas já foram enviadas à Imperatriz Agatha mostrando que Minami reside no lugar secreto de Voltaire contra sua vontade e que, portanto, é refém dele. Sendo assim, quando Vlad a teletransportou de volta à este lugar, ele automaticamente torna-se cúmplice deste crime. O crime de sequestrar uma cidadã teraniana.

*Lei pareceu se alterar um pouco, sua face ruborizada repentinamente.* Se o Imperador discorda disto e se for a escolha dele deixar Vlad Kain sair pelos portões da Cidade Imperial, então eu também ficarei feliz de fazê-lo sem meu brasão Imperial, Amber! O que eu não suportarei mais é ver os crimes dos Justiceiros Sagrados ignorados por pura politicagem ou medo de se opor à eles!!

Amber: – Vossa Alteza encontra-se em audiência com a diplomata Malak, Capitão Keylosh.     – Respondeu a mulher de aparência felina, enquanto anotava algumas coisas no papel à frente de si, os demais observavam Lei e o prisioneiro em silêncio, aguardando. Fez-se silêncio generalizado quando Lei começou a falar, de modo que, apenas sua voz era ouvida.
    – Para qual fim o encontro foi marcado, Capitão?     – Questionou, após o discurso de Lei.

Lei Keylosh: Para tentar trazer a mãe de minha filha de volta, uma vez que a diplomacia Imperial havia falhado totalmente nesse aspecto. Chamem de "armadilha" se desejarem, mas o fato é que isto serviu para mostrar que o paladino Voltaire consegue fazer seus subalternos carregarem seus crimes com ele. *Pareceu acalmar-se, fitando Amber incisivamente.*

Amber:- Então você admite que agiu de caso pensado em algum tipo de estrategia semelhante a uma armadilha para com um Justiceiro Sagrado afim de concluir desejos pessoais, ignorando tratados e a ação, que como afirma, da diplomacia que em sua visão falhou?    

Lei Keylosh: Não, eu admito que cumpri meu papel como Cavaleiro Imperial tentando reparar uma injustiça cometida e trazendo à tona a podridão que atinge uma Ordem que um dia já foi digna do nome que carrega. Eu admito que enxerguei um crime cometido por eles, algo que nem mesmo o Imperador não teve a coragem ou a disposição para fazer. Eu admito que agi achando que os Cavaleiros Imperiais não cairiam no abismo politicamente correto dos Justiceiros Sagrados, mas... eu estava errado pelo visto. Isto eu admito. *Ficou em silêncio.*

Amber: - Então, você afirma que tomou as decisões por conta própria, ignorando seus superiores e as leis e ordens vigentes?    

Lei Keylosh: Sim, mas não por intenção. Eu não teria marcado o encontro em Warjillis se soubesse que os Justiceiros Sagrados não poderiam pisar lá também. *Fitou-a.*

Amber: *Moveu a cabeça em sinal de positivo, rabiscando.*     - Os Justiceiros foram avisados sobre o tal casamento?     - E voltou a encará-lo.    - Entenda, Capitão Keylosh, estamos aqui apenas para compreender o fato, pois precisamos detalhar tudo. O assunto em questão não tramitou no Senatus, não há registro de nenhum dos acontecimentos - incluindo o casamento - em nossos documentos. Pode explicar-me isso também?    

Lei Keylosh: Não, os Justiceiros não foram avisados, até onde eu saiba. E sim, eu posso explicar este fato. Não há nenhum registro porque a responsável pelo Senatus, a Imperatriz Agatha, não é vista em Terânia há mais de 2 meses. Se ela estivesse presente, teria feito algo com as provas que eu encaminhei e não teríamos que estar tendo esta conversa desagradável agora.

Amber: - O Senatus responde a Vossa Alteza, Imperatriz Agatha, sim, Capitão Keylosh. - A mulher disse, sem parecer se alterar. - Porém, ele funciona e caminha em sua ausência, o senhor tentou buscar alguém do Alto Conselho? Trouxe alguma comunicação? Até onde me consta... - Remexeu os papéis. - Apenas a diplomata Malak fora chamada de maneira apressada e errônia. O senhor buscou o Senatus?

Lei Keylosh: Não, e por que o faria? O seu Senatus já não havia feito nada antes, e não faria nada agora. *Respirou fundo, coçando os olhos.* Olhe, Amber... essa situação me desgasta tanto quanto a vc. Apenas entenda que eu fiz de tudo que podia para resolver o problema. Apelei para a Imperatriz, apelei para o Imperador, e nada funcionou. Ninguém mostrou interesse em resolver a questão. Então eu tentei resolver sozinho, e pelo visto isso também deu errado.

*Vlad aguardaria por alguns instantes a conversa de Lei e Amber observando sem interromper, até que finalmente encontraria um momento que acreditava ser adequado para se pronunciar, passando sua impressão dos eventos. Entretanto, após alguns instantes que não havia sido questionado, resolveu pedir autorização para se expressar*

Srta Amber,desculpe minha intromissão mas gostaria de mais uma vez passar as minhas impressões a respeito do que aconteceu. Lei afirma que "sequestrei" Minami,
quando ela chegou aqui prisioneira, e o casamento dela mesmo que considerado legitimo não muda o fato dela permanecer nessa posição,sendo que alguem que é mantido preso por crimes cometidos não pode ser considerado refém. Claro, talvez Lei, o imperador ou você discordem de nossos métodos, motivos e razões, mas da mesma forma não os anula, assim como respeitamos suas decisões e regras em seu terrítório, que possuem autoridade máxima.

Enfim, Minha missão era leva-la de volta e assim a fiz. Gostaria de deixar claro ainda que jamais resisti a prisão, pois como disse respeito suas regras e leis, e acreditava que ao contrário de Lei,O imperador entenderia os reais acontecimentos. Renon quando foi até minha cela pareceu concordar com isso, ja que afirma que sou mantido preso não por um suposto sequestro, mas sim por ter entrado em Terania desrespeitando seu mandato.

As razões por tras de minha entrada é que, fui levado a acreditar por Lei Keylosh que minha entrada era permitida. Uma vez que um imperial escreveu uma correspondencia aos justiceiros e orientou o encontro na assim chamada "cidade livre", acreditamos que ele possuia autoridade para isso. Entretanto, Renon afirmou que Lei não possui poder para tanto, de forma que o que ocorre é que ele apenas então me fez acreditar que minha entrada era permitida, segundo eventos que sua Imperial Malak pode confirmar, Lei ate tinha conhecimento disso de forma que, nada mais aconteceu do que fui atraido para ca, de forma que ao meu ver, isso não resultaria e um crime...

Eu não desejo ir contra suas leis e principios, mas ja expliquei a Lei, Malak e o Imperador
que meu caso e o de Minami são independentes, de forma que qualquer tipo de troca não se faz possivel, ja que eu e a ordem somos contra esse ponto. Se me permite expressar minha opinião, apesar de acreditar que Lei "concentiu" que eu adentrasse no territorio, o que anula uma suposta "invasão", caso decrete que eu seja extraditado para Território Justiceiro e seja banido de Território imperial, aceitarei sua sentença. Uma vez la, assumo
responsabilidade de resolver o caso de Minami, de maneira que alguns detalhes precisam ser vistos pelas casas para liberação desta, e...Eles precisam de minha presença, Voltaire me responsabilizou por isso, sendo que uma questão impede a outra. Da mesma forma que voces tem suas regras e leis, temos as nossas.

*Vlad permanecia calmo e olhava para os lados, paredes e teto enquanto falava, ja era no mínimo a 5a vez que contava aquela história frente a um imperial, e a situação começava a se mostrar um tanto longa e complicada até mesmo para alguem paciente como o elfo*

– Nada se resolve do dia para a noite, senhor Lei Keylosh, pouco menos tomando medidas precipitadas como as que tomou. – Respondeu um dos Conselheiros ao lado de Amber, que já tomava fôlego para responder a Lei, quando Vlad começou a falar, todos no entanto se calaram, aguardando que se pronunciasse.

Seguiram em silêncio, ouvindo as explicações do Justiceiro. Quando ele terminou – havia ao menos, dois deles fazendo anotações – Amber continuou. – Agradecemos, Senhor Vlad Kain, seu depoimento é muito importante e sua visão e relato dos fatos também o são. Infelizmente, ao seu caso, teremos de aguardar a decisão do Imperador em pessoa. Estamos tentando contato com ele. – Calou-se de novo, voltando-se para Lei.

– Vossa Alteza, a Imperatriz irá em pessoa buscar contato com as Casas dos Justiceiros, afim de sanar de vez esse assunto, até lá, Capitão Keylosh, você está restrito a qualquer comunicação a eles, exerça sua função militar, e apenas ela. Qualquer desvio de conduta será objetivado e o Senatus, assim como o Alto Conselho buscarão os meios mais viáveis a uma punição. Sua atitude foi irresponsável e impensada, e pode ter prejudicado de maneira irreversível não apenas o andamento de elaborações de acordo para sanar este e outros problemas com os Justiceiros, assim como, como outros reinos. Você também está vetado de circular ou permanecer junto ao setor onde o senhor Vlad Kain está detido. Fui clara?

*Lei bufou de maneira irônica após ouvir a conclusão de Amber.* Que seja, essa decisão não vai mudar nada mesmo. Vc disse a coisa certa, Amber, nós temos problemas com os Justiceiros. ELES são o problema e nós estamos fugindo dele, ou fechando nossos olhos para a verdade. E diga à Imperatriz Agatha para que ela não passe tanto tempo em Deskrausser na próxima vez.

*Sem fazer mais nenhum gesto e sem olhar na cara de Vlad, Lei sairia da sala tão rápido quanto havia entrado. Os soldados se encarregariam de levar Vlad de volta à sua cela ou seja lá para onde ele seria levado.*