Sieg Hart, o Sacerdote do tempo (Encerrado)

(Apenas uma introdução em duas partes para um personagem que já conversei com o Bruno para um jogo de "Inicialização" que teremos ainda esta semana..Espero. hehehe)

Parte 1

Em toda sua extensão, o império Terâniano serve de lar para milhares de pessoas espalhados por cidades e vilarejos espalhados pelo seu vasto território. Todavia, alguns preferem a tranquilidade de uma vida no campo, tendo um contato mais próximo com a natureza, de forma que não chega a ser incomum encontrar lugares que servem como lar para pequenas famílias, juntamente com alguns poucos animais e uma pequena lavoura, geralmente voltada para consumo próprio ou em outros casos servindo como renda para que os produtos sejam vendidos em feiras, garantindo assim o sustento de uma vida justa e simples, por opção.

Assim como dezenas de outros, vivia o velho senhor Lockhearth. Cansado da agitação da cidade e dos perigos que oferecia para sua ja fragil saúde. (afinal, mesmo com toda a proteção do imperador, dragões cruzavam os céus e seres que somente havia ouvido falar em lendas muitas vezes caminhavam pelas ruas!) Era uma vida simples e um tanto solitária, até que sua neta Sara perdeu os pais e acabou vindo viver com ele. Ajudava a cultivar os vegetais, a cuidar dos animais e trazia felicidade ao coração daquele velho. Ambos tinham uma vida pacata e tranquila.

Até que em uma noite de chuva, os animais pareciam um pouco mais agitados do que o normal. Sara nada conseguia observar em meio a escuridão, e saiu cautelosamente da cabana, algo que seu avo jamais permitiria se estivesse acordado. Era movida por uma curiosidade quase que infantil, lembrando um tempo não muito distante onde não tinha nenhuma responsabilidade. Caminhava a passos lentos, segurando uma velha lamparina que indicava o caminho, imaginando que talvez fosse apenas um gato selvagem, talvez um lobo, ou qualquer criatura que estivesse assustando os animais.

Tamanha não foi a surpresa da jovem a se deparar com um vulto humanóide em pé, em uma arvore de sombra próxima a ela. Sara não conseguiu dar mais um passo, tomada pelo medo antes mesmo que identificasse a figura. Entretanto, em poucos seguidos quem quer que fosse parecia perder os sentidos e cair desacordado ao chão. Aparentemente não representava nenhuma ameaça, devia ser apenas um viajante cansado. Talvez não fosse nada daquilo e se tratasse apenas de uma armadilha, mas antes que percebesse, Sara ja estava frente a ele.

Era a figura de um homem jovem, que não deveria ter mais de 30 anos. Seu cabelo era de uma coloração que ela jamais havia visto em outra pessoa, e as orelhas identificavam se tratar de um elfo, algo que não era exatamente incomum naquele mundo. Não carregava armaduras ou armas, mas as roupas dele não eram comuns, fazendo ela imaginar que certamente se tratava de um aventureiro. Havia um estranho simbolo tatuado em um de seus olhos, algo que ela desconhecia completamente. Estava ferido, cansado, e precisava de ajuda. Sem pensar duas vezes, puramente por instinto, Sara usou uma força que mal sabia que tinha e levou o homem para dentro da cabana, para tomar conta de quem quer que fosse.

Ela ainda não sabia, mas aquele homem era Sieg Hart, e se tratava de algo muito mais complexo do que ela poderia sequer imaginar...

PARTE 2

Em um mundo não muito diferente, os humanos iniciariam uma guerra jamais antes vista. As razões por trás de todos aqueles conflitos cairam no esquecimento, e apesar de sequer se dar conta, a raça humana se viu em meio a um combate interminável ja levava décadas, sem ao menos recordar de qual era a causa de tanta morte e destruição. As proporções foram cada vez maiores, até que o inevitável aconteceu e a raça humana foi a única e verdadeira responsável pelo seu próprio extermínio.

Porém nem tudo estava perdido. Uma única humana sobreviveu a aquela catástrofe e se tornou a esperança de todo aquele mundo. Antigas lendas relatavam de um local que armazenava as lembranças e o passado de toda a existência, e que esta poderia ser restaurada a qualquer momento. Sem outra opção, a humana conseguiu alcançar este local, e uma nova realidade foi construída, restaurando por completo locais e seres humanos, criando uma existência completamente nova. O nome dela caiu no esquecimento, mas graças a ela todos tiveram uma 2a chance.

Entretanto, não demorou muito para que isso gerasse uma série de problemas. Fanáticos religiosos alegavam que aquilo era uma afronta as criações divinas: De forma que os seres humanos haviam trapaceado seu destino traçado por uma vontade maior. Outros ainda buscavam sempre que uma tragédia acontecia restaurar mais uma vez o estado natural das coisas,o que era uma ameaça para o fluxo do tempo, colocando mais uma vez a existência de tudo em cheque.

Foi nessa época que surgiram os assim denominados "Sacerdotes do tempo".

Essas pessoas tinha como responsabilidade proteger não apenas o local que continha as memórias da realidade, mas preservar aquilo que chamavam de "integridade do tempo". Todas as ameaças eram imediatamente detidas, sendo que nenhum poder deveria se impor a eles. Diferente de outras religiões que recebiam seus poderes de Deuses através de sua fé, os guardiões do tempo não eram exatamente um culto, mas pregavam a importância da ordem natural e da continuidade do tempo espaço, e sua dedicação a ele lhe garantia poderes para continuar em sua missão.

Sieg Hart permanecia desacordado. A jovem Sara cuidava de seus ferimentos, e não sabia responder as perguntas de seu avo a respeito de quem era o visitante e o que havia acontecido com ele. Mesmo assim, a medida que os dias passavam ela permanecia dedicada aos cuidados do desconhecido. Todos os dias fazia biscoitos e trazia chá, na esperança que um dia ele acordasse e esclarecesse o que o trouxera até ali, e até mesmo a pergunta mais simples de todas: Qual era o seu nome.

Quando o momento finalmente chegou, ela não estava entretanto. Sieg Hart acordou de um sono confuso e repleto de lembranças de uma passado não muito distante com um grito que parevia vir do andar debaixo. Ao chegar la, pode ver o avo da jovem desacordado, enquanto o que parecia ser um simples ladrão, como dezenas de outros segurava a jovem pelo braço. O assaltante percebeu a presença do sacerdote antes mesmo de Sara, e ordenou que Sieg Hart não reagisse, pois sequer estava armado.

O primeiro erro dele foi ter escolhido aquela casa para assaltar, o segundo foi aquele julgamento, Sieg Hart não precisava de uma arma. Algo que só poderia ser descrito como uma esfera que parecia ser formada por um estranho tipo de energia negra foi ao encontro do assaltante. Mal sabia ele mas aquilo era algo denominado como "fragmento de entropia", uma pequena parte do "vazio" que existe e une o tempo e os planos. Devido a sua origem, esse tipo de energia consome todo o tipo de materia, e antes que conseguisse entender o que havia acontecido, o ladrão ja estava desacordado no chão com um buraco no peito.

Sara não disse uma palavra em sua reação misturando supresa e choque. Sieg Hart entregou o ladrão as autoridades, estas mesmas surpresas perguntaram se ele fazia parte dos cavaleiros imperiais, e recomendaram que ele procurasse o imperador pois suas habilidades poderiam ser de grande ajuda. Sieg Hart ouviu o velho Lockhearth falar mais a respeito da assim chamada "Ordem de guerreiros de elite do imperador", e mesmo sem dizer uma palavra, todos entenderam que ele iria partir.

Quando a hora chegou, Sieg se despediu mais uma vez silenciosamente ao deixar aquela fazenda os venndo provavelmente pela última vez enquanto caminhava lentamente, quando ouviu um grito de Sara que o deteve, ela correu até ele um tanto incerta sober o que diria ao desconhecido que estava prestes a deixar sua vida provavelmente para sempre. Sieg Hart virou-se para ela, antecipando qualquer pergunta.

-Talvez eu possa voltar um dia e responder suas perguntas...Talvez com chá e alguns biscoitos?

Ela sorriu ao ouvir aquilo e confirmou com a cabeça ao ouvir a voz do Sacerdote pela primeira vez, mesmo sem sequer saber seu nome acreditou nele pois saberia que ele logo voltaria. Sieg Hart sorriu da mesma forma e partiu rumo ao próximo passo de sua jornada naquele mundo que desconhecia totalmente, a capital do reino dos cavaleiros imperiais...

Notícias, por si só, se espalhavam muito depressa pelo reino de Terânia. As autoridades locais nos vilarejos, centro comerciais e portos tinham ordens específicas para informar sobre a avistamento e atividade de quaisquer seres com habilidades extraordinárias ou grupos de aventureiros dentro do território terâniano. Muitos até mesmo sussuravam que havia uma casta inteira de rastreadores, chamados pela alcunha de Adeptus Astra Telepatica, que mantinham todo o território imperial sob uma constante varredura do tipo místico ou arcano capaz de localizar qualquer criatura dentro das fronteiras! Se isto era mito ou verdade, ninguém sabia. Mas até ali ninguém havia visto também uma cidade inteira flutuando e sendo a capital de um império...
O fato é que os eventos ocorridos naquela vila realmente chegaram ao conhecimento de pessoas em Nova Terânia. Com a turbulência político/religiosa o cerco a possíveis "incidentes" havia sido reforçado. Talvez as autoridades locais tivessem avisado, ou então um rastreador místico houvesse "farejado", talvez ninguém jamais pudesse saber, porém aquele que havia demonstrado poderes incomuns ao defender uma família da vila seria "interceptado" pelo caminho que ele seguia...

Eram três homens, sendo dois deles claramente militares, trajando uma enorme armadura de cor branca, escudos grandes e maças. Tinham um grande brasão Terâniano nos escudos e caminhavam um de cada lado do terceiro homem, como uma escolta. Este terceiro homem usava vestes típicamente sacras, típicas de um representante do alto clero, em uma cor vermelho sangue e aparentava ter meia idade, por volta de seus 35 a 38 anos. Seus olhos eram castanhos, da mesma cor de seus cabelos e cavanhaque. Tinha uma expressão de tranquilidade e emanava uma forte sensação de ordem (Aura of Law) mesmo a metros de distancia. Este homem tinha em uma das mãos o que parecia ser uma orbe, do tamanho de uma laranja, semi-transparente, e Sieg notaria facilmente que aquele objeto emitiria um brilho mais forte a cada passo que eles avançavam...

*Os soldados trocaram olhares entre si, seus rostos ocultados pelo elmo e aquele que era escoltados por eles ergueu a mão livre, solicitando que ficasse ali enquanto caminhava até Sieg...*

-Então tu és o herói que evitou uma tragédia no vilarejo de Aldeon.- *Afirmou, não perguntou, sua voz era tranquila e ele mantinha uma expressão serena ao se aproximar.* Dou-lhe as boas vindas ao território do Império Terâniano, e também agradeço pela ajuda que prestou as autoridades locais. Meu nome é Lassic, Cardeal da Igreja da Sagrada Luz e, neste momento, repesentante do Império. Venho, em nome de nosso Imperador Renon Anchev Slade, encontra-lo pessoalmente afim de recompensa-lo por seu ato de bravura... e para convida-lo e me acompanhar até a cidade Sagrada de Amitabha, onde poderá fazer as perguntas necessárias... e fornecer as respostas convenientes, sobre os eventos que ocorrem recentemente...

Sieg Hart não sabia se o conceito de "herói" se enquadrava na sua interpretação dos fatos ocorridos, mas não cabia a ele questionar o que o homem de meia idade dizia, não era para isso que esta la. Não esboçava grande reação a medida que este falava, apenas o observando sem reagir a sua aproximação.

Renon...Então aquele homem realmente seguia ao imperador. A claro, não estava ali apenas para recebe-lo, mas deveria ter uma série de perguntas a fazer, o que ja era esperado por Sieg Hart. Todos sempre tinham perguntas, e algumas ele até mesmo sabia as respostas.

-Agradeço, mas eu apenas fiz o que qualquer outro em meu lugar faria, não vejo necessidade de uma "recompensa" por assim dizer, caso estejam se referindo ao sentido material da palavra. Me chamo Sieg Hart, e vim exatamente porque me indicaram entrar em contato com os imperiais. Não tenho nenhum impecilho em acompanha-los e responder suas perguntas...

Falava de maneira calma e controlada, fazxendo uma saudação discreta para o homem. Permaneceu sério enquanto seguiria com ela da forma que havia sido indicado, imaginando as perguntas que teria que responder e o que o tempo estava reservando para um daqueles responsáveis pelo seu fluxo...