Epilogo - Retornos e respostas [Sieg & Lei] (Encerrado)

[Estes eventos ocorrem alguns dias após "Escravos do destino" e o recebimento da carta de Lei, servindo para esclarecer alguns pontos]

[Categoria: Esporádico]

[Resumo: Sieg chama Lei para sua sala na Biblioteca Imperial para que conversem sobre a recém encerrada aventura de Sieg em Atlan. Lei diz que, apesar de saber que Sieg é o causador de anomalias temporais, sempre ficará ao lado dele, pois ele provou lealdade à causa se arriscando em Atlan.]






Lei sabia que Sieg Hart havia retornado, e da mesma forma sabia o que acontecia devido o relatório do mesmo e uma carta de um dos regentes. Entretanto, nem mesmo uma resposta sobre a proposta de se tornar o representante dos Imperiais em Atlan havia sido respondido. Tendo em vista os acontecimentos "irônicos" envolvendo o nome dos envolvidos e seu desfecho, poderia se imaginar que levaria algum tempo. Entretanto, os dias se passavam e nada de novo surgia até que Willian, que ja era apelidado pelos cantos como "garoto de recados" de Sieg, ia de encontro a Lei onde quer que ele estivesse:

- Comandante senhor! O representante dos imperiais em Atlan Sieg Hart solicitou que fosse ao seu encontro, naquela sala "dele" na biblioteca. Isso se o senhor tiver tempo, claro comandante! E isso se ele tiver aceitado o cargo...

Willian chegava um tanto afoito, fazendo uma referência a Lei um tanto atrapalhado para em seguida "arrumar" partes de sua armadura que estavam um tanto "soltas" apos aquela corrida. Faria nova continencia e aguardaria para guiar o comandante ou não ja que este poderia chegar lá até mesmo vendado. Não sabia de maiores detalhes se questionado, restando a Lei apenas ir ao local.

Uma vez que fosse ao seu destino, ao cruzar a biblioteca podia ver que a porta do "escritório" de Sieg HArt estava ligeiramente diferente com algum tipo de simbolo na mesma. Talvez finalmente tivesse aceito aquela como sua sala, talvez tivesse também se adaptando e pensando nele mais como um Imperial como Lei havia indicado. Antes que levantasse a mão para bater a madeira ou abrir a boca para chama-lo, Lei poderia ouvir claramente de dentro do aposento:

- Esta aberta comandante, por favor entre.

Sieg sempre agia de forma...Singular. "Adivinhar" que Lei estava ali apenas confirmava isso mais uma vez. Uma leve iluminação de intensidade estranha podia ser vista oscilando pela fresta da porta, tornando tudo aquilo um pouco mais confuso.

- Também estou curioso para saber se ele aceitou o cargo. Ao que parece, vocês conversam bastante, Willian, já que este é um assunto confidencial. Mas não se preocupe, meu jovem, em breve todos saberão quando a informação for divulgada no Diário Oficial. Caso ele aceitar, claro.

Lei levantou-se imediatamente, pegando seu casaco. Tocou o ombro de Willian, agradecendo, e então deixou a sala, indo até a biblioteca. Antes de tocar a maçaneta, ele ouviu Sieg lá de dentro. Parou por um segundo e sorriu rapidamente, adentrando a sala em seguida.

Willian parecia mudar de cor, para algo mais próximo ao branco das paredes ouvindo aquele comentário. Ele pareceu ficar de boca aberta por alguns instantes tentando justificar sua "descoberta" e como esta havia acontecido, mas pareceu desistir quando o comandante falou aquilo, apenas concordando com a cabeça em nova continência e se afastando.

Lei logo adentrava a sala de Sieg e algumas dúvidas eram de imediato respondidos sem palavra alguma ser dita: O sacerdote parecia confortavelmente sentado com o braço descansando na cadeira e o rosto apoiado no punho fechado. Ele estava voltado para a fonte daquela "luminosidade mágica", ja que aquilo que deveria ser uma "parede" estava preenchido por uma espécie de "Portal", revelando um cenário e pessoas. Mais curioso era o fato de que pareciam se tratar de DOIS cenários opostos de locais completamente diferentes, como se dividido ao meio. Lei tinha alguma ideia de que tipo de magia era usada para aquilo, mas não era algo a ser visto todos os dias apesar do que ele conhecia Sieg, seria tratado com a naturalidade de uma brisa matinal.

Na imagem da esquerda da parede, Lei não tinha dificuldade nenhuma em reconhecer Tanamilla, engenheira chefe da viagem a Firelands a qual Sieg conhecera em recente missão dos Cavaleiros Imperiais a aquele reino. Ela estava no que Lei reconhecia como o deck de sua nau-voadora, em um RARO momento de silêncio parecendo olhar algum tipo de planta do próprio barco, sorrindo satisfeita analisando a obra de seu trabalho em pé sentindo o cabelo em seu rosto.

No lado oposto, havia uma figura que Lei desconhecia completamente: Se tratava também de uma pessoa do sexo feminino, mas de cabelos escuros e olhos castanhos que chamavam a atenção. Ela caminhava pelo que parecia ser um porto um tanto quanto movimentado de forma lenta e sem pressa, demonstrando um sorriso enquanto acenava para um garoto que comia uma maça. Se ja tivesse visitado Atlan, Lei reconheceria detalhes da arquitetura ou talvez a armadura dos guardas.

Mas isso não era o mais estranho, uma vez que Sieg Hart estava sorrindo.

- Obrigado por ter vindo, imagino que possa ter algumas perguntas e ficaria feliz em responde-las.

Sieg se levantava e o sorriso lentamente se desfazia, apesar que sua expressão era bem mais "simpática" do que qualquer uma que Lei ja lembrava de ter visto.

Ver a imagem da ex-engenheira chefe foi uma surpresa por si só. Não sabia quem era a outra moça, mas o que realmente o surpreendeu foi ver Sieg sorrir. Lei fechou a porta lentamente e depois parou, fitando Sieg surpreso. Demorou alguns segundos antes de responder:

- Eu... Hã... Sim. Eu tenho algumas perguntas, mas... Posso voltar depois se estiver ocupado, Sieg.

Supondo que Sieg iria querer continuar a conversa, Lei complementou:

- Tenho apenas uma pergunta no momento, na verdade. É sobre a oferta do novo cargo. Mas se ainda não tiver tomado uma decisão, eu aguardarei.

Balançou a cabeça negativamente fechando os olhos. Faria sentido como o mesmo esperava ja que ambos sabiam que ele sempre parecia disposto a um dialogo, desde trivialidades até assuntos mais ligados ao império diretamente. Se havia alguém paciente entre os imperiais aquele era Sieg Hart.

- Apenas uma...Interessante, pelo visto meu relatório não foi tão impreciso afinal.

Ele ainda olhou as imagens, que seguiam mudando levemente com o passar dos segundos por alguns instantes, sem parecer ligar a presença do comandante de qualquer forma. Logo em seguida fazia um gesto e ambas desapareciam, deixando apenas a parede ali.

- Alias. Aquela era a "outra" Tanamilla.

Sieg novamente sorriu, talvez sendo um recorde de vezes que o comandante via o sacerdote fazer naquele curto espaço de tempo. Caminhou tranquilamente até a mesa abrindo uma das gavetas, parecendo procurar algo em seu interior.

- Eu aceito, não há o que pensar. Entendo a importância de um representante Imperial nos demais reinos e farei tudo no alcance de minhas habilidades. E... Acho que devo agradecer pela confiança...Lei Keylosh.

Olhou para Lei por alguns instantes de silêncio, antes de voltar a atenção a gaveta. Finalmente Sieg Hart parecia mais com ele mesmo. Sieg podia ser capaz de grandes proezas e ter diversas habilidades, mas as sociais não estavam inclusas. Ele parecia realmente não saber o que dizer ao certo, e isso era raro. Logo entretanto prosseguiu:

- Apesar de não ter mais perguntas, acredito termos outro assunto pendente em mãos. Finalmente encontrei uma forma de encontrarmos seu antigo aliado, Vlad Kain.

- Certo, aquela era a outra Tanamilla. - Respondeu Lei, fazendo uma expressão de que agora aquilo fazia sentido. Complementou:

- Na verdade, seu relatório foi sim esclarecedor. Eu apenas imagino como foi receber esta peça do destino e encontrar outra Tanamilla que também se... Bem, não é preciso dizer tudo de novo. O que tiver acontecido lá dentro, Sieg, você levará consigo. Ninguém mais precisa saber.

Lei sorriu ao ouvir a confirmação de Sieg:

- Excelente. Pedirei a construção de um aparato de teletransporte em Pretora. Assim você pode se locomover entre os dois reinos com facilidade. Acredito que Strin irá querer lhe apresentar para as forças de lá e mostrar como tudo funciona.

Lei abriu mais os olhos ao ouvir sobre Vlad:

- Encontrou uma forma de localizar Vlad?! Ótimo! Mostre-me, Sieg!

- Eu fui levado pelo pior condutor do império, precisei arrancar o braço de uma naga, conheci um garoto de 10 anos promissor e extremamente mais sensato que a maioria dos imperiais e a realidade como conhecemos quase se fez em pedaços. Acho que se sobrevivi a isso, posso suportar os obstáculos constantes do destino.


Não era nada convencedor e nem se esforçava. Ambos sabiam daquilo. Concordou com a cabeça a respeito do teleporte e das indicações sobre Atlan e um dos regentes, mas parecia mais focado na questão de Vlad.

- Figura interessante devo dizer. Vlad Kain assim como você ja cruzou a barreira do bem e do mal, esteve no inferno, morreu e foi trazido de volta algumas vezes e tem sangue celestial em seu corpo. Ficaria surpreso com o quanto tem em comum.

Vários daqueles fatos para Lei poderiam soar desconhecidos, mas talvez explicasse como ele e vlad se deram tão bem em alguns momentos e tão mal em outros. Mais uma vez coisas que o destino acaba colocando de forma errada. Antes que Lei pudesse perguntar, ele seguiria explicando:

- A orbe que nos foi enviada tem parte da magia dele. Isso pode ser rastreado. Fiz algumas modificações para tornar isso possível mas...É necessário alguém que o conheça, eu não tenho uma clara memória de Vlad Kain. Uma vez que a segure e lembre de sua fisionomia, onde quer que ele esteja poderemos ve-lo. Apenas...Concentre-se.

Sieg estenderia a orbe para ele, aguardando o que aconteceria em seguida:

Lei realmente se surpreendeu com aqueles fatos. Vlad nunca havia contado o que ele realmente era. Pensando bem, Lei nunca havia perguntado. Ele segurou o orbe e seguiu as instruções. Fechou os olhos e mentalizou a fisionomia de Vlad com o máximo de detalhes que podia. A memória mais fresca que possuía era de quando lutou ao lado de Vlad contra os mortos-vivos. Foi a última vez que o viu e acontecera há dois anos. Era nessa memória que ele se concentraria.

Lei não tinha dificuldades de recordar do ex-companheiro, uma vez que a imagem do mesmo "surgisse" na mente do Imperial, era como se ela fosse literalmente "sugada" pela orbe. Uma observação para a mesma mostrava que ela reagia: Mesmo não tendo conhecimento Lei sabia que havia dado certo. A Orbe mudava sua tonalidade avermelhada para um tom mais transparente em segundos a medida que Sieg voltou-se para a parede.

A mesma mais uma vez ficou completamente branca. Um fino raio de energia saiu da esfera e foi até a parede, parecendo passar algo tipo de energia ou até mesmo a lembrança para a mesma. Dezenas de cenários surgiam na mesma, rapido demais para que Lei identificasse qualquer coisa até que finalmente a imagem assumia uma aparencia fixa.

Branco, completamente branco, sem mostrar nada.

A parede de luz se desfez, a orbe pareceu voltar ao normal e Sieg respirou de forma pesada fechando os olhos. Quando parecia que ele não explicaria o que aconteceu, o sacerdote voltou a olhar para Lei e falou com a mesma calma habitual:

- A magia não falhou. Vlad Kain não esta presente em local algum.

Lei fitou Sieg, surpreso:

- Como assim não está presente? Seu corpo ou sua essência não estão presentes neste plano? Ele não pode ter simplesmente... Sumido assim.

Sieg respirou lentamente mais uma vez, talvez não tivesse sido claro:

- Ele não pode ser encontrado. Se ele estivesse vivo, ele teria sido localizado não importa onde estivesse neste plano como você mesmo disse. Entretanto, a "essência" dele como você mesmo disse não esta aqui, isso nos leva a algumas conclusões...Especialmente se recordarmos como a "mensagem" dele acabava, seus ferimentos podem ter sido fatais.

Lei parou por um instante, em silêncio, fechando os punhos com força, e depois disse:

- Vlad Kain não pode ter morrido assim. Nós vamos continuar procurando. Obrigado por seus esforços, Sieg. Avise-me caso tiver alguma novidade sobre o caso. Até breve. - Lei deixaria a sala caso Sieg não tivesse mais nenhuma questão a tratar. Lei estava obviamente frustrado.

Sieg observou a reação contida e comentário de Lei. Era curioso analisar a reação do comandante e pensar que ele e Vlad Kain realmente nunca trocaram muitas palavras, entretanto talvez não fosse necessário. Por ter encaminhado a mensagem ficava claro que confiava em Lei, e a recusa do mesmo em aceitar a morte do elfo mostrava que a confiança não era em vão. Como tudo aquilo deveria ser do conhecimento do comandante, não achou necessário comentar. Concordou apenas com a cabeça.

- Entendo. Lhe avisarei caso tenha algum progresso.

No momento que Lei ia até a porta entretanto, Sieg o interrompia:

- Comandante...Imagino que pelo meu relatório tenha entendido que eu represento um risco para seu "mundo". Minha presença aqui que gera a possibilidade de todo tipo de anomalia e viagens temporais. Ocorridos como esse podem e vão voltar a acontecer devido a minha presença aqui. Eu gostaria de saber o que pensa em relação a isso.

Observava Lei enquanto falava aquilo. Ele sabia o que pensava a respeito daquele fato, mas Lei era o comandante dos imperiais e sua opinião determinava o que acontecia ou deixava de acontecer nas frentes de batalhas. Se tivesse um julgamento diferente do sacerdote, ele teria que aceitar. Entre os imperiais, sua opinião na ausência de Renon tinha o peso mais alto.

Lei parou ao ouvir Sieg, virando-se e fitando o Imperial enquanto ele falava. Ao final, Lei replicou:

- Sieg, você provou sua lealdade à causa, provou que é um verdadeiro Imperial. Eu sempre confiarei em você. Se estas anomalias ocorrerem, mesmo que seja por culpa de sua presença aqui, sei que você lutará até o fim para impedi-las. Todos nós lutaremos ao seu lado e racharemos o tempo e espaço ao meio, se for preciso, por você. Enfrentaremos qualquer coisa, Sieg. Juntos.

Lei fechou um dos punhos e o ergueu à altura do rosto, apontando-o para Sieg. Era um sinal de força e lealdade.

Sieg riu mais uma vez de maneira discreta, apesar de ainda parecer aos olhos de Lei bastante incomum vindo da sacerdote enquanto balançava a cabeça negativamente, indo até a mesa e colocando a orbe mais uma vez sobre a mesma. Logo completava:

- "Rachar o tempo espaço no meio" não é algo que eu consideraria muito positivo...Mas entendo real significado. É curioso como você, Zrill, Joshua e até mesmo eu agora somos todos de certa forma ameaças a esse mundo e estamos reunidos no mesmo lugar. Muitos observadores do tempo acreditam que na verdade Renon sempre soube disso e exatamente por essa razão teria nos recrutado. Mas são apenas teorias, não de atenção demasiada por favor.

O sacerdote repetiu o gesto, obviamente na direção de Lei, antes que o mesmo saísse da sala:

- Fé pelo império. Se tiver qualquer problema, seja esse administrativo ou alguma ameaça nova ou antiga, por favor não exite em me chamar comandante.

- Analisando por este lado, você pode estar certo, Sieg. Renon pode ter recrutado os indivíduos com maior potencial destrutivo justamente para que eles não explodam o resto do mundo. Ou pode ter-nos recrutado porque somos a única força destrutiva suficiente para eliminar o mal. São teorias, mas são interessantes, sem dúvida. Obrigado, Sieg. Fé pelo Império.

Lei retribuiu o cumprimento e então deixaria a sala definitivamente.

[ The End, caso não acrescentar mais nada! ]